Capela do Alto entrou na lista de cidades com casos no Estado
13/08/2019 Patrícia Pasquini, com edição do DT
SÃO PAULO, SP (
FOLHAPRESS) - O número de casos de sarampo no estado de SP aumentou 36,40% nesta última semana, quando foram confirmados 1.319 casos da doença, segundo último balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde. Destes, 997 (75,5%) estão na capital paulista.
Em seguida, com o maior número de notificações de sarampo, estão Santo André (ABC), Guarulhos (Grande SP), São Bernardo do Campo (ABC), Fernandópolis (555 km de SP) e Santos (85 km de SP), com 41, 39, 32, 27 e 24 casos respectivamente.
O estado está vacinando contra sarampo bebês com idades entre seis e 11 meses e 29 dias que residem ou têm viagens programadas para cidades com casos confirmados da doença. A estratégia passa a abranger 51 cidades paulistas; até a semana passada, eram 39.
A imunização deve ser feita 15 dias antes do deslocamento. Nesta faixa etária, os casos representam 13,9% do total do estado.
Entraram na lista Franco da Rocha e Poá (Grande SP), e Capela do Alto, Franca, Itu, José Bonifácio, Marília, Piracaia, Sertãozinho, Taquaritinga, Valinhos e Votorantim, todos no interior.
A aplicação da chamada "dose D" visa proteger as crianças e não será contabilizada no calendário nacional de vacinação da criança, ou seja, os pais ou responsáveis deverão levar seus filhos aos postos para receber a tríplice viral aos 12 meses e aos 15 meses para aplicação do reforço com a tetraviral, que protege também contra varicela.
Após a aplicação da "dose D", é preciso aguardar pelo menos 30 dias para aplicação da tríplice aos 12 meses, como prevê o calendário.
CAMPANHA
A campanha de vacinação contra o sarampo terminará no dia 16 de agosto em 15 municípios da Grande SP. Além dos bebês com idades entre seis e 11 meses e 29 dias, devem tomar a vacina jovens entre 15 e 29 anos.
Esta faixa etária concentra 44,4% dos casos e o maior número de pessoas que podem ter deixado de tomar as duas doses da vacina, recomendadas pelo calendário nacional de imunização. A adesão é fundamental para conter o surgimento de novos casos da doença.
A meta é vacinar 4,4 milhões de pessoas. De 10 de junho a 8 de agosto foram imunizados 1,2 milhão de jovens.
Tire suas dúvidas sobre o sarampo O que é sarampo? É uma doença infecciosa aguda transmitida por um vírus, caracterizada por manchas na pele. Estava erradicada no Brasil e voltou porque as pessoas deixaram de se vacinar.
Como é transmitido? A transmissão acontece pela saliva, carregada pelo ar (quando a pessoa tosse, fala ou espirra). Ou seja, é altamente contagiosa.
Quais os sintomas? Febre alta (acima de 38,5°C), manchas vermelhas na cabeça e no corpo, tosse, dor de cabeça, coriza e conjuntivite.
Sarampo pode matar? Sim. É uma doença que traz complicações graves, inclusive neurológicas, e pode levar à morte. Também pode deixar sequelas como a surdez.
Como é o tratamento? O doente é isolado e apenas os sintomas são tratados. Por isso, a vacinação é a ferramenta mais eficaz no combate à doença.
O que fazer em caso de suspeita? Encaminhar o paciente a um serviço de saúde, que por sua vez notificará a vigilância epidemiológica para que esta vacine quem teve contato com o doente.
Quem deve se vacinar? Bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias devem tomar a dose da campanha e as duas do calendário nacional de imunização, aos 12 meses e 15 meses; crianças e jovens de até 29 anos precisam ter tomado duas doses da vacina --quem tem de 30 a 59 anos, apenas uma dose. A maioria das pessoas com mais de 60 anos não precisa da vacina, pois já teve contato com o vírus. Na dúvida sobre ter ou não tomado a vacina na infância, é melhor tomá-la agora. Não é preciso levar a carteirinha de vacinação.
Em ações de bloqueio, quando identificado caso suspeito da doença, todos devem tomar a vacina, que é uma imunização pontual.
Onde é feita a vacinação? Em postos de saúde e, durante a campanha, em pontos anunciados pelo governo, como estações do metrô.
Quais as reações à vacina? Febre e dor no local da injeção, com possível inchaço. Não há reações neurológicas. A vacina NÃO causa autismo.
Quem não pode se vacinar? Gestantes, transplantados, quem faz quimioterapia e radioterapia, ou usa corticoides ou tem HIV com CD4 menor que 200. Alérgicos a ovo e lactantes podem tomar a vacina.
Por quanto tempo a vacina vale? Para quem completou as duas doses (ou uma dose até 1989), vale pela vida toda.