O primeiro trecho da rodovia, com 171 quilômetros entre as cidades de São Paulo e Torre de Pedra, foi inaugurado em 10 de novembro de 1968.
08/11/2018 | No sábado, 10 de novembro, a Rodovia SP 280 comemora 50 anos de inauguração. Principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste paulista, a Castello, com seus 302 quilômetros, se configura hoje como um dos mais importantes corredores de transporte de grãos, produção industrial e passageiros do País.
A “Auto-Estrada do Oeste”, como foi inicialmente projetada pelos técnicos Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP) na década de 1960, após oito anos de estudos, nasceu com a missão de amparar o desenvolvimento econômico do Estado e do Brasil. O nome de batismo “Rodovia Castello Branco” veio em 1967. Hoje, a Castello liga a cidade de São Paulo a Santa Cruz do Rio Pardo (SP). A região beneficiada pelo traçado da rodovia incluía zonas altamente produtivas no Noroeste Paulista, além do Norte do Paraná e Sul do Mato Grosso, por meio da ligação com outras estradas. Este eixo, extremamente importante para o abastecimento do País, era servido na época por rodovias que não se encontravam em condições de sustentar o crescimento projetado para a região.
Marco da engenharia brasileira, a Castello nasceu com um conceito de autoestrada nunca visto até então no Brasil. A rodovia já foi concebida duplicada, com curvas e rampas suaves que permitiam ampla visibilidade, além de um largo canteiro central já prevendo as futuras ampliações de faixas de rolamento sem impactar o entorno da rodovia. Além disso, seu pavimento, de alta qualidade, era comparado às melhores “free ways” da Europa e Estados Unidos. O resultado foi muito mais conforto e segurança nos trajetos. No trecho entre São Paulo e Sorocaba, por exemplo, a redução de tempo de viagem foi de 50%, na comparação com o trajeto antigo pela Raposo Tavares.
A inauguração
No dia 10 de novembro de 1968, o primeiro trecho foi inaugurado pelo governador de São Paulo Abreu Sodré, em solenidade realizada na altura de Osasco (SP). O segmento ligava, com 171 quilômetros, a Capital Paulista ao atual município de Torre de Pedra, passando por Barueri, Sorocaba e Tatuí, cujo crescimento foi acelerado com a rodovia. A previsão era de 40 mil veículos/dia nos primeiros 20 anos, o que exigiu a implantação de técnicas de engenharia jamais empregadas no País. Hoje, somente no trecho inicial da rodovia entre Osasco e Itapevi (o mais movimentado), são cerca de 215 mil veículos/dia.
Durante esta primeira fase da obra, foram aproximadamente 4 mil pessoas, além da movimentação de 61 milhões de metros cúbicos de solo. Foram construídas 78 obras de arte, o equivalente a praticamente cinco quilômetros de pontes e viadutos. Os outros trechos foram inaugurados em janeiro de 1971, no segmento entre Torre de Pedra a Avaré, e em abril de 1992, no trecho até Santa Cruz do Rio Pardo.
Na década de 1990, o governo do Estado iniciou o Programa de Concessão de Rodovias de São Paulo. Em 1998, a CCR ViaOeste assumiu os 65 quilômetros da Castello, entre São Paulo e Itu, com o desafio de recuperar o conjunto de rodovias do Sistema Castello-Raposo, desgastadas e sem qualquer tipo de auxílio médico ou mecânico aos usuários. Por meio da realização grandes obras, a concessionária conseguiu contribuir na resolução de uma série de problemas históricos, como por exemplo: a ampliação da capacidade da Castello na chegada a São Paulo por meio do Projeto Cebolão; a melhoria do o acesso à Barueri por meio da construção das marginais da Castello; a implantação de 4ª faixa na região de Barueri e Araçariguama, dentre outras diversas obras de revitalização e conservação. Desde o início da concessão, a CCR ViaOeste já investiu R$ 1,3 bilhão (base julho/2018) na Castello. A redução do Índice de Acidentes no seu trecho da rodovia foi de 52% e do Índice de Mortos em 67%.
Em 2000, a CCR SPVias assumiu a administração do segmento da Castello entre Tatuí e o entroncamento de Espírito Santo do Turvo com Santa Cruz do Rio Pardo, com um total de 185 quilômetros. Uma das principais realizações da concessionária foi a duplicação, em 2008, da Serra de Botucatu, o único trecho ainda não duplicado da Rodovia Castello Branco, que estava inacabado desde a década de 1970. A obra contou com a implantação de dois viadutos e recuperação de um já existente no local. Foram implantados dois quilômetros de pista seguindo os padrões existentes; com duas faixas de rolamento, acostamento, refúgio, drenagem e elementos de segurança viária. A concessionária já investiu, desde o início da concessão, cerca de R$ 1,1 bilhão (base julho/2018) na Castello. A redução do Índice de Acidentes na sua gestão é de 22% e o de mortes alcança 62%.
A CCR ViaOeste e CCR SPVias fazem parte da CCR Infra SP, empresa do Grupo CCR que administra alguns dos principais eixos rodoviários do Estado de São Paulo.
Curiosidades
- A Rodovia Castello Branco foi concebida para atender regiões altamente produtivas do Estado de São Paulo, além do Norte do Paraná e Sul do Mato Grosso. Foi projetada por técnicos do DER-SP em 1961, após oito anos de estudos, com o nome de Auto-Estrada do Oeste. Sua construção iniciou em 1963 e, em 1967, com o país sob domínio militar, passou a chamar-se Rodovia Presidente Castello Branco.
- Sua inauguração aconteceu em três etapas, tendo a primeira ocorrido em 10 de novembro de 1968, durante o governo Roberto de Abreu Sodré, com o trecho de São Paulo a Torre de Pedra, num total de 171 quilômetros. As inaugurações seguintes aconteceram em 31 de janeiro de 1971, no trecho Torre de Pedra a Avaré, também no governo Abreu Sodré; e em abril de 1992, no trecho até Santa Cruz do Rio Pardo, durante o governo Paulo Salim Maluf.
- Cerca de 4 mil pessoas foram envolvidas na construção desta etapa, entre engenheiros, técnicos e operários.
- Comparada às melhores “free ways” da Europa e Estados Unidos, a Castello foi construída com um pavimento com espessura média de 78 centímetros e capa asfáltica de 12 centímetros. Para efeito de comparação, na época, a famosa Autoestrada del Sole, que conecta Milão a Nápoles, na Itália, tinha 87 centímetros de pavimento e 7 de capa asfáltica. A Mistura asfáltica utilizada na construção do primeiro trecho seria o suficiente para pavimentar uma cidade com 300 mil habitantes.
- A rodovia já foi construída duplicada e com canteiro central já variava entre 5 e 30 metros, prevendo futuras ampliações de faixas utilizando o espaço. O conceito era extremamente moderno na época.
- Em seu primeiro trecho, a previsão de tráfego era de 40 mil veículos/dia e reduziria em 50% (de 100 para 50 minutos) o tempo de trajeto entre São Paulo e Sorocaba. Os veículos, na época, já conseguiam fazer o trajeto em todo o trecho com velocidade de 120 km/h. Hoje, somente em seu trecho mais movimentado, entre a capital paulista e Itapevi, são 215 mil viagens/dia.
- A Ponte Guilherme de Almeida (km 25), em Barueri, sobre o Rio Tietê, foi executada em concreto protendido, com 448m de extensão; 17,4m de largura e vão livre sobre o rio de 140m. Foi a quinta do mundo executada com a técnica de concreto protendido em consolos sucessivos, utilizada para vencer grandes espaços livres sem nenhum tipo de escoramento.
- Em 1998, a CCR ViaOeste assumiu o trecho entre a capital paulista e Itu. Em 2000, a CCR SPVias ficou responsável pelo trecho ente Tatuí e Santa Cruz do Rio Pardo. Nestes 20 anos, as duas concessionárias já atenderam mais de 1 milhão de veículos em pane (elétrica, mecânica, seca, pneu furado, entre outras), num trecho de cerca de 240 quilômetros de rodovias. Atualmente, mais de 700 profissionais das duas concessionárias atuam diretamente na rodovia.
- A Rod. Castello Branco foi a primeira rodovia do País a receber o serviço de Moto-Resgate. Adotado pela CCR ViaOeste, em 2011, no trecho mais movimentado da rodovia (São Paulo a Itapevi), o serviço traz como diferencial mais agilidade no pronto atendimento.
- Quem passa pela Castello nem sempre imagina que a rodovia conta com um “cérebro”. Localizado nas concessionárias CCR ViaOeste e CCR SPVias, os Centros de Controle Operacional (CCO) das concessionárias monitoram continuamente o tráfego, além de coordenar a logística dos recursos operacionais nos trechos da rodovia administrados pelas empresas. Desde o início da concessão, os CCOs das concessionárias gerenciaram mais de 2,3 milhões de ocorrências, dentre atendimentos mecânicos, médicos, retirada de animais e objetos da pista, além da identificação de acontecimentos diversos nos segmentos pelos quais são responsáveis.
Do JE online, com copidesque do DT