2.311 pessoas vivem em áreas perigosas em Cesário Lange, Iperó, Itu, Piedade, Pilar, Tapiraí e São MiguelVinicius Camargo no
Cruzeiro do Sul |
Com seis áreas de perigo, Piedade registra a maior quantidade de áreas (Crédito: INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS) |
24/02/2023 | Sete cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) -- Cesário Lange, Iperó, Itu, Piedade, Pilar do Sul, Tapiraí e São Miguel Arcanjo -- concentram, juntas, 15 áreas de risco, segundo mapeamento da Defesa Civil Nacional. No Brasil, são quatro mil localidades.
Ao todo, 2.311 pessoas vivem nesses locais da RMS, do total de aproximadamente quatro milhões cadastradas no País. Os dados são do painel do Serviço Geológico do Brasil (SGB), vinculado ao Ministério de Minas e Energia.
Com seis locais de perigo, Piedade registra a maior quantidade de áreas. Há duas com alto risco de queda, uma localizada na rua Projetada, na Vila João Garcia, e outra na avenida Jacob Hess, bairro dos Cotianos I. Outras duas têm risco de queda muito alto: uma na rua José Batista da Fonseca, no Jardim São Bartolomeu, e outra na rua Vinte e Cinto, no bairro Ciriaco. Mais duas estão propensas a alto risco de deslizamento, uma próximo à rua 12, no bairro dos Moreiras, e outra na rua Nelson da Silva, na Vila Quintino. Juntas, elas abrigam 632 moradores.
Na sequência, vem Pilar do Sul, com três áreas. Duas possuem risco alto de deslizamento, uma situada na rua Antônio Vieira Murat, entre os bairros do Turvo dos Góes, Turvo dos Marianos e Nova Pilar, onde vivem 212 pessoas, outra, com risco alto de inundação, abrange o centro, e a terceira inclui os bairros Campo Grande e Sapopemba. Uma parte dessa região faz divisa com Tapiraí, cidade vizinha a Pilar, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Inclusive, um mapa disponível no painel mostra esse pedaço. Por isso, o órgão também considera a existência de uma área com risco alto de inundação em Tapiraí. A Defesa Civil do município, porém, nega que ela pertence ao seu território. Conforme o painel, do lado pilarense, há 300 residentes nessa localidade, enquanto, em terras tapiraenses, são 100, totalizando 400. Dessa forma, as três regiões de risco em Pilar são habitadas por 512 munícipes.
Itu e Iperó aparecem em seguida, com duas áreas cada. Em Itu, há uma com alto risco de inundação na rua Hermógenes Brenha, altura do Jardim Santa Teresa e Jardim Santa’Ana, e outra com risco muito alto de erosão no bairro Pedregulho. No total, 990 pessoas moram nas localidades. Em Iperó, há uma área com alto risco de inundação, no bairro George Oetterer, e uma com alto risco de deslizamento, no bairro da Várzea. Nesses locais, vivem 16 pessoas.
Cesário Lange tem uma área com alto risco de inundação, situada no córrego Ribeirão da Onça, no distrito Fazenda Velha, onde há vivem 36 pessoas. São Miguel Arcanjo também tem uma área propícia a alto risco de deslizamento, na rua Pedro Rodrigues Galvão, no bairro Abaitinga, com 25 moradores.
Monitoramento
O Cruzeiro do Sul questionou as prefeituras de todas as cidades sobre o desenvolvimento de ações de monitoramento dessas áreas. Também perguntou a respeito de programas habitacionais para a retirada dos munícipes dessas regiões e oferta de moradias em locais seguros.
Em nota, a Prefeitura de Piedade informou que mantém uma equipe técnica para realizar esse monitoramento. Isso é feito quando há ocorrências que levam o município ao estado de atenção. Profissionais de engenharia, arquitetura e da Defesa Civil são responsáveis por esse trabalho. Disse, ainda, que entregou, em parceria com o Governo do Estado, 127 casas populares em 2021 e que o objetivo é ampliar esse número.
Esse acompanhamento também ocorre em Iperó e é feito de forma presencial e periódica pela Coordenadoria da Proteção e Defesa Civil e pela Secretaria de Obras. A Prefeitura informou que, quando há interdição de imóveis nessas localidades, os moradores são retirados e recebem assistência da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, por meio do programa de Benefício Eventual. Essa iniciativa oferece auxílios, como habitação para famílias em situação de vulnerabilidade.
As prefeituras de Cesário Lange, Itu, Pilar do Sul e São Miguel Arcanjo não responderam aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Caso recente
No último dia 17, dezesseis pessoas ficaram desabrigadas no Jardim Secol, em Piedade, por conta de um deslizamento de terra durante as fortes chuvas na madrugada. De acordo com a Prefeitura, uma casa foi atingida. Apesar dos danos, ninguém ficou ferido. Na ocasião, oito estradas da área rural de Piedade ficaram interditadas devido a queda de árvores e erosões.
Brasil tem quase 14 mil localidades ‘perigosas’
O Brasil tem 13.575 áreas de risco catalogadas, onde vivem 3.938.831 pessoas, segundo o painel do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Há risco alto em 9.497 e muito alto em 4.078. Destas, 7 mil estão propensas a alagamento; 4,4 mil, a inundação; 806, a erosão; 421, a enxurrada; 398, a queda; 314, a enchente; e 270, a outros tipos de problemas.
Santa Catarina (9,2 mil), Minas Gerais (2,8 mil) e Espírito Santo (1 mil) são os estados com mais locais perigosos. São Paulo aparece depois, com 848. Em relação às cidades com maior número, estão Ouro Preto (MG), com 313; Nova Friburgo (RJ), 254; e Brusque (SC), com 199, lideram a lista. (Vinicius Camargo)