Com aumento de testes e outras medidas, índice caiu pela metade: 2,26 óbitos a cada 100 casos. O índice de Tatuí é de 5,22% hoje.
|
Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS |
07/07/2020 | A cidade de Sorocaba reduziu pela metade a taxa de mortalidade do novo coronavírus nos últimos 30 dias, entre 6 de junho e esta segunda-feira (6), colocando o município na menor taxa de óbitos pelo vírus entre os da Região Metropolitana (RMS) que mais têm casos confirmados e, ainda, entre as maiores cidades do Estado. A média local de mortes também é mais baixa que o índice estadual e o registrado no País.
As informações constam dos boletins epidemiológicos divulgados diariamente pela Secretaria de Saúde (SES). A redução na taxa, segundo especialista ouvido pela reportagem e conforme a própria Prefeitura, tem relação direta com o aumento no número de testes realizados na cidade, entre outros fatores.
Conforme os dados compilados pelo jornal Cruzeiro do Sul, nesta segunda-feira (6), de cada 100 pessoas que testaram positivo na cidade, duas morreram — porcentual de 2,27%. Na data, a cidade tinha 150 mortes, com 6.599 casos confirmados. Esse índice, em 6 de junho, era de 4,6%. Nesse dia, a cidade tinha 61 mortes e 1.306 casos confirmados.
A situação era mais crítica há dois meses, em 6 de maio: 12 mortes para cada 100 infectados. Na data, Sorocaba tinha 23 mortes e 188 casos confirmados. Os números apresentaram melhora gradativa: em 25 de maio, eram 40 mortes e 685 casos. Quase seis mortes para cada 100 pessoas infectadas — índice de 5,8%.
Outras cidades
Em Ibiúna, a taxa local (10,3%) supera a de Sorocaba em mais de três vezes. A cidade tinha 21 mortes para 203 casos — aproximadamente dez mortes para cada grupo de 100 casos. Ainda na RMS, a cidade de Itapetininga tinha 314 casos confirmados para 22 óbitos. A taxa era de 7%. Na sequência apareciam Itu (5,5%), Tatuí (5,3%) e Votorantim (4,4% — o dobro de Sorocaba).
Já entre as maiores do cidades do Estado, a taxa de mortalidade de Guarulhos é a mais alta, com quase 7,5%: 10.125 casos e 757 mortes confirmadas. Com 7.377 positivações e 512 mortes, Osasco tinha taxa de quase 7%.
Na sequência, Campinas e São Bernardo do Campo estavam empatadas com 3,7% de mortalidade cada. Santo André, com índice de 3,5%; Ribeirão Preto, com taxa de 3,1%, e São José dos Campos, com 3%, ainda aparecem à frente de Sorocaba.
Estado e Brasil
O Estado de São Paulo apresentava, até esta segunda-feira (6), 323.070 casos confirmados de Covid-19 e 16.134 óbitos. Isso representa uma taxa de mortalidade de quase 5%: de cada 100 pessoas infectadas, cinco morreram.
Com relação ao Brasil, conforme o consórcio dos veículos de imprensa (G1, TV Globo, UOL, Estadão e Folha), com 1.626.071 casos confirmados e 65.556 mortes, a taxa era de 4%: a cada 100 casos confirmados, quatro pessoas perderam a vida.
Análises
Segundo a Prefeitura de Sorocaba, a taxa chegou ao nível atual devido ao aumento de testagem na cidade, tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde. “Por conta desse aumento a taxa de letalidade fica mais real”, indica o Executivo.
O infectologista Fábio Junqueira concorda que a redução da taxa tem relação com o aumento dos testes. Ele alerta, porém, que é preciso saber o número de testes por grupo de habitantes nos locais comparados pela reportagem. “Ampliar a testagem é extremamente importante, porque você começa a identificar casos e isolar melhor, tratar mais rápido. Tudo isso interfere no desfecho”, comenta.
Junqueira afirma que Sorocaba se preparou para a pandemia. “Ampliou leitos de UTI na Santa Casa, fez o hospital de campanha quando nem tínhamos um alto número de casos. Então, a cidade conseguiu se preparar. Cuidar dos casos críticos também interfere na letalidade. A gente tem uma boa assistência hospitalar, tanto pública quanto privada”, afirma. Ele também atribui a redução na taxa de letalidade ao trabalho da atenção básica de saúde em Sorocaba.
Conforme a Secretaria de Saúde (SES), já foram aplicados 27.389 testes na cidade, entre TR (teste rápido) e PCR (coleta swab). Dos 6.599 casos confirmados, 5.742 pacientes já se recuperaram. (Marcel Scinocca)