Hospital quer aumentar através de atendimentos particulares e de convênios – Tratativas com plano de saúde já começaram.
A Prefeitura encerrou na quinta-feira, 12, o período de requisição da Santa Casa de Misericórdia de Tatuí. Em ato simbólico, realizado no Paço Municipal, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, assinou o decreto 17.207, devolvendo o comando do hospital filantrópico à nova provedoria recentemente eleita, declarando o fim do estado de emergência no setor hospitalar instituído no dia 27 de janeiro. A expectativa inicial é que essa fase preliminar de ajustes durasse pelo menos um ano.
O município conseguiu em tempo recorde equacionar os problemas administrativos pontuais. Impediu o fechamento da entidade no momento de sua mais grave crise. Regularizou e manteve em dia o pagamento de médicos e funcionários. Avançou ainda em questões estruturais revitalizando o Centro Cirúrgico e criando o Ambulatório de Ortopedia, que conta hoje com serviço de última geração, com equipamento de raio-X digital presente nos mais importantes e prestigiados hospitais do país, como Albert Einstein, Sírio Libanês e Beneficência Portuguesa.
A medida permite ainda que a Santa Casa possa voltar a receber doações, realizar procedimentos particulares e celebrar novos convênios, aumentando, consequentemente, a arrecadação do hospital. Com a requisição, essas operações não eram permitidas e o município deveria arcar exclusivamente com todas as despesas, tendo como respaldo apenas os repasses do SUS (Sistema Único de Saúde).
E as negociações para atração de novos convênios já começaram. A COOPUS Planos de Saúde que tem sede em Campinas e atua no mercado desde 1993 é uma das interessadas. A empresa conta com uma rede de cobertura de 70 hospitais, 200 clínicas e mais de 1500 médicos. Parcerias como essa, que devem ser estendidas também a outras bandeiras e ao Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), projetam receita extra, no prazo de um ano, de aproximadamente R$ 5 milhões.
Os funcionários públicos municipais continuam cedidos ao hospital a pedido da nova provedoria, eleita no dia 15 de abril, a partir de votação direta entre os associados. A chapa única, escolhida por aclamação, na verdade é uma comissão que tem como integrantes Alexandre Novais, João Carlos Costa, Fernanda Rodrigues Laranjeira e Vera Lúcia das Dores. A direção permanecerá a cargo de Sandra Santos.
O prefeito Manu lembrou porém que o trabalho para salvar o único hospital público da cidade do fechamento começou ainda em julho de 2015, com a gestão compartilhada através da São Bento Saúde. “Evoluímos esse processo com a gestão plena e, em pouco mais de três meses, conseguimos salvar a Santa Casa do pior, da greve, do fechamento de suas portas. Essa nova provedoria mostrou disposição de aceitar o desafio e solicitou à Prefeitura o controle da gestão do hospital, para dar continuidade a esse trabalho. As metas agora são administrar o passivo que se arrasta há décadas e abrir o hospital para novos convênios e receitas, tornando cada vez mais independente do poder público. Manteremos o apoio irrestrito e o repasse de recursos para a entidade”, argumentou o prefeito Manu.