Jornal Floripa - Tratado como lenda da música instrumental fora do país, o trio Azymuth ficou famoso no Brasil por uma música pop e com vocais que "não tem nada demais até hoje", insiste o baixista Alex Malheiros, 69.
"Eu vou pro ar/ No azul mais lindo/ Eu vou morar", diz o início de "Linha do Horizonte". A canção estourou em "Cuca Legal", novela da Globo de 1975 em que Francisco Cuoco se envolvia com três mulheres (a pobre, a da classe média e a rica).
É uma das poucas faixas com letra em 40 anos de carreira. E não, Alex, Ivan Conti (bateria), 69, e Kiko Continentino (teclado), 46, não cogitaram deixá-la de fora do show que farão neste sábado (10), no Lo Fi Jazz Festival, em São Paulo.
Da esq. para a dir.: Kiko Continentino (teclado), Alex Malheiros (baixo) e Ivan Conti (bateria), nova formação do Azymuth
Mas o Azymuth que o resto do mundo conhece –consagrado na formação original– é mais do que um hit de folhetim. A banda é globalmente aclamada por sua fusão de jazz, samba e funk de raiz americana, como os sons da gravadora Motown, "e não essa macumba mal tocada do funk brasileiro, porque com esse a gente nem se atreve", diz Ivan Conti, chamado de Mamão.
O caçula Kiko toca no lugar do tecladista tatuiano José Roberto Bertrami, morto em 2012, aos 66. "Ele não estava bem de fígado, ficou muito triste e não reagiu [à doença]", conta Mamão.
Em 2016, segundo Alex Malheiros, eles lançarão o último disco que contou com participação de Bertrami.