Foto: arquivo pessoal |
Do G1 - O pano que supostamente teria sido retirado do útero de uma jovem que deu à luz em Itapetininga (SP) contém material genético da mãe, como por exemplo, secreções corporais. A informação foi divulgada pela Polícia Civil após laudo realizado pelo Instituto de Criminalista de São Paulo. Mesmo comprovando o sangue, não se pode afirmar que o objeto foi retirado do órgão genital como afirmou a jovem. A mulher teve um parto cesárea na maternidade do Hospital Regional.
O delegado responsável pelo caso, Luiz Henrique Nunes, explica que a história relatada pela vítima agora parece se confirmar. “O que podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, é que esta compressa teve contato com o material genético da paciente. Isso não temos dúvida, o que torna a história dela linear”, afirma.
O laudo será encaminhado para a Justiça Especial Criminal. Com o resultado, o termo circunstanciado feito pela Polícia Civil foi concluído. A equipe médica pode responder por lesão corporal culposa.
Em depoimento, a equipe médica afirmou ao delegado que em uma cesárea seria impossível deixar uma compressa cirúrgica dentro da paciente porque isso impossibilitaria o fechamento dos pontos. Mas agora cabe à Justiça decidir qual versão é a verdadeira.
Por meio de nota, o Hospital Regional de Itapetininga reafirmou que, na época em que soube do caso, convocou a paciente para realizar avaliações e exames médicos, os quais não constataram qualquer infecção no útero ou no abdômen. Os exames estão no prontuário da paciente, à disposição da Justiça. Sendo assim, o hospital mantém o posicionamento, afirma que desconhece qualquer erro relacionado ao parto da jovem e põe à disposição da Justiça toda a documentação médica existente no prontuário.
Entenda o caso
Depois do parto feito em outubro de 2014, a paciente começou a sentir dores na barriga, inchaço e cheiro forte ao urinar. Ela procurou atendimento na unidade de saúde do bairro Nova Itapetininga e uma médica teria dito que isso era normal.
Quase um mês depois, ao tomar banho, percebeu um pedaço de pano saindo do órgão genital. Ao puxá-lo, viu que era um tecido. "Fui puxando porque percebi que tinha algo mais lá embaixo. Fui puxando até sair e vi que era um pano. Eu comecei a passar mal ao retirar o pano", comenta.
Além do laudo divulgado nesta segunda-feira, a perícia já realizou outros exames durante a investigação. Um deles comprovou que o pano trata-se de compressa cirúrgica, ou seja, é comprada e utilizada em hospitais, e o outro aponta que a mãe sofreu lesão no órgão genital.