Nesta terça-feira (8), o prefeito de Tatuí, José Manoel Correa Coelho, o Manu (PMDB), participou de entrevista na TV Tem, emissora afiliada da Rede Globo. O candidato, que foi empossado na última terça-feira (1º), falou sobre aos desafios para a gestão 2013-2016.
O novo prefeito foi eleito com 25.752 votos, o que corresponde a 47,18% dos votos válidos. Durante a entrevista ao Tem Notícias – 1ª Edição, ele falou sobre os problemas financeiros encontrados aos assumir a cadeira. Segundo o político, salários de funcionários estão atrasados, além de atrasos de pagamentos de serviços como telefones e internet utilizados na Prefeitura.
Confira a transcrição das palavras do prefeito.
Suéllen Rosim: Prefeito, boa tarde e obrigada por sua entrevista.
José Manoel Correa Coelho (Manu): Boa tarde, Suéllen. Boa tarde, Fernando. Boa tarde, telespectadores.
Manu classifica pronto-socorro como de baixa qualidade
Fernando Daguano: Prefeito, na sua primeira entrevista ao Tem Notícias, o senhor disse que a saúde estava "fora de controle". O senhor já tomou alguma medida para resolver os problemas?
Manu: Sim. A primeira coisa, já quando ganhei as eleições, foi nomear o secretário de saúde. Eu indiquei e ele foi agora empossado na semana passada - sexta-feira (4). Já estávamos fazendo um relatório da quantidade de médicos que faltam nas UBSs, do fornecimento de remédios e exames. E não é pouco. Então, hoje, inclusive, nós estamos indo ao pronto-socorro para fazer uma visita pericial para começarmos as ações no pronto-socorro, que é o nosso maior problema na cidade. A gente recebe ligações frequentemente sobre a falta de médicos, de um atendimento de baixa qualidade e a nossa população não merece isso. Hoje, nós vamos estar lá no pronto-socorro com toda a equipe da Secretaria de Saúde, Dr. Barusso - José Luiz Barusso, secretário de Saúde.
Fernando Daguano: O que seria ‘baixa qualidade’, prefeito?
Manu: Infelizmente, as pessoas ficam lá sentadas duas, três e até quatro horas esperando para serem atendidas por um único médico. Isso não pode acontecer com a população. É um descaso. A gente vai regularizar, colocar mais médicos e melhorar a situação do espaço do pronto-socorro. Para você ter uma ideia, no dia 31 de dezembro, eu já estava trabalhando. Inundou o pronto-socorro. Isso já vem acontecendo há anos, mas a antiga administração não tomou nenhuma providência quanto a isso. São calhas e ralos entupidos. Não pode, em um consultório, em um ambulatório, estarem entupidos e estarem inundados em um dia de muita urgência.
Dívida da Prefeitura é de R$ 35 milhões, diz Manu
Daguano: Agora, quando a população já vai sentir diferença nessa mudança de atendimento?
Manu: A gente vai fazer isso gradativamente, porque o pior da nossa cidade é a situação financeira que nós encontramos agora à frente do município. Foi feita uma transição, porém uma transição institucional. Relatórios finais, que falavam da saúde financeira, não foram colocados nessa transição. Hoje, nós estamos fechando esse relatório e já temos uma noção do tamanho da dívida. São R$ 15 milhões só de restos a pagar. Não foi deixado valor para folha de pagamento, para o cartão-alimentação e para pagar fornecedores emergenciais. E mais R$ 20 milhões que são de fornecedores pesados como lixo, merenda, transporte e empresa de pavimentação. Nós vamos pegar o município com R$ 35 milhões. Hoje, ainda falta muita coisa. Os telefones da prefeitura estão para serem cortados. São de telefone e Internet, está atrasado R$ 500 mil. Então, o nosso desafio é realmente recuperar a situação financeira e pedir à população para que tenha um pouco de calma. Nós vamos regularizar os problemas como na saúde, os problemas como falta de creche que nós vamos estar inaugurando algumas creches também que já estavam previstas para este ano.
Rosim: Agora vamos mudar um pouco de assunto. O senhor criou a Secretaria de Indústria e Desenvolvimento para atrair novas empresas para a cidade. O senhor já tomou alguma medida neste sentido ou não?
Manu: Nós, na época de transição, estávamos negociando com uma empresa, uma multinacional, que graças ao nosso trabalho junto ao trabalho da equipe do ex-prefeito, firmamos já um compromisso de que essa empresa se instale em Tatuí, ao lado da empresa Noma, que também já vai ser instalada em Tatuí. Estamos agora reativando os contatos com o Senai porque essas empresas carecem de mão de obra. Então, o Senai agora... a partir da semana que vem... o secretário das Indústrias, Ronaldo José da Mota, já entrou em contato com o Senai para restabelecermos a conversação para instalarmos quanto mais cedo o Senai.
Prédio da Secretaria da Educação será escola ou creche
Daguano: O senhor citou a pouco as creches na educação. O senhor afirmou que há um déficit de 500 vagas em creche e prometeu que no primeiro ano iria dobrar com recursos do Fundeb. Quando a população vai ter essas vagas, prefeito?
Manu: Eu pretendo hoje já fazer uma mudança na reformulação das vagas em creches. Nós temos alguns prédios locados e estamos parando já com a locação e redistribuindo essas crianças para outras creches. E hoje, onde é a Secretaria Municipal, é uma escola onde era a antiga escola do Sesi. Nós vamos tirar a secretaria municipal de lá. É uma escola totalmente adequada, ela tem quadra, tem banheiros e tem várias salas. Vamos colocar ou uma grande creche lá, ou uma escola para atender os nossos alunos da nossa cidade.
Manu responsabiliza Gonzaga pela perda de 21 veículos pesados
Rosim: O senhor disse que o funcionalismo é prioridade e anunciou um reajuste de 11% A partir de quando isso vai acontecer?
Manu: Eu gostaria de deixar aqui, para todo o funcionalismo que vem acompanhando nossa administração já no início, que estamos trabalhando até antes de ter assumido. E agora, até nos fins de semana, estamos lá para resolver. Conseguimos fazer a folha de pagamento, conseguimos parcelar o cartão-alimentação e entregar para o funcionalismo. Agora eu quero pedir para o funcionalismo que tenha um pouco de paciência porque nós vamos cumprir o nosso plano de governo, mas temos muitas prioridades. O que aconteceu agora no final do mandato eu posso dizer que foi um crime que foi feito com a população. A antiga administração e a equipe de finanças fizeram um acordo com uma empresa que tinha 21 veículos pesados que davam manutenção em toda a cidade, inclusive na zona rural como patrols, tratores, máquinas niveladoras e caminhões. Isso estavam pagas 32 parcelas. Com 42, quitava. Ele não pagou as últimas 10. Ele entregou todo o maquinário e esse maquinário seria um patrimônio público só faltando pagar as últimas 10 parcelas. Eu já entrei emcontato com a empresa. A empresa não está muito disposta a fazer algum acordo, mas nós vamos entrar judicialmente para reaver esses equipamentos, mas acho muito difícil. Então, quero pedir paciência porque estamos sem nenhum maquinário para trabalhar e vamos ter que restabelecer isso o mais urgente possível.
Daguano: Por falar nisso, como estão os contratos com as outras empresas que prestam serviços ao município?
Manu: Todos eles eu já vou chamar. A partir de hoje vou fazer um decreto para que todas essas empresas que têm contratos de prestação de serviço...
Daguano: Inclusive da merenda?
Manu: Inclusive da merenda, do lixo, do transporte e as empresas de pavimentação e infraestrutura para que a gente volte a fazer uma renegociação. Agora nós precisamos fazer um planejamento para que os serviços não parem porque as aulas começam e tem que ter merenda, tem que ter transporte. A cidade já estava ruim e com a chuva está um caos. Nós vamos fazer aí uma força tarefa... já estamos fazendo. A rua Vice-prefeito Nelson Fiúza, praticamente arrumamos ela inteira já no começo do ano. A Teófilo Andrade Gama já arrumamos também. O problema de mato, de capinação, até agora recebi a ligação de uma moradora do Inocoop, tenha paciência que nós vamos chegar aí. Mas estamos trabalhando com o que a gente tem por falta de recurso.
Daguano: Prefeito, obrigado por sua entrevista e estaremos acompanhando seu trabalho, como eu sempre digo, pelos próximos quatro anos.
Manu: Obrigado, Fernando. Obrigado, Suéllen. Obrigado a todos.
Suéllen: Obrigada.
Prefeito de Tatuí (SP) fala dos problemas financeiros encontrados na prefeitura. (Foto: Reprodução TV Tem)
