4º Congresso de Educação termina nesta sexta-feira.
Um ginásio cheio de profissionais da Educação, com 790 inscrições para o evento. Foi este o cenário da abertura do 4º Congresso de Educação de Tatuí, realizado pela Secretaria Municipal da Educação através da Consultoria Saberes, que teve a presença do professor-filósofo Mário Sérgio Cortella para palestrar o tema “Educação no século XXI e o perfil dos educadores e educadoras”. O evento aconteceu no ginásio de esportes anexo a EMEF Eunice Pereira de Camargo, no bairro Jardins de Tatuí, na manhã desta quarta-feira, dia 13.
Estiveram presentes o prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, vereadores e a secretária da Educação, professora Marisa Fiúsa Kodaira, que iniciou dando boas vindas e relembrando os congressos passados, realizados desde 2005.
Entre os discursos, o presidente da Câmara, vereador José Tarcísio Ribeiro, anunciou que o Estatuto e o Plano de Carreira do Magistério, encaminhados pelo Poder Executivo há mais de um mês, devem ser votados pelos vereadores até o dia 30 deste mês. Por outro lado, o prefeito Gonzaga destacou que a Rede de Ensino de Tatuí “dispõe do que existe de mais moderno em tecnologia” para a aprendizagem. Antes da palestra, houve uma apresentação artística que explorou a idéia de todos os lugares serem propensos à educação através do tema “Espaços que educam”. Dada a palavra a Cortella, ele explanou sobre o cotidiano da profissão que, nacionalmente, é formado em 93% por mulheres, que costumam ter jornada dupla ou até mesmo tripla de trabalho.
Falou Cortella sobre vários autores, inclusive da “Humildade Pedagógica”, de Paulo Freire, que trás a idéia do eterno aprendiz, ou seja, de que o docente seja ciente de que ele não sabe de tudo e pode aprender com qualquer pessoa. Frisou esta ideia colocando-a como uma atitude essencial para a atuação desses profissionais no século XXI. “Gente muito grande sabe que é necessário ser pequeno para poder crescer”.
Questionado sobre o desafio da Educação, o filósofo diz que os alunos dessa geração alunos são “nativos digitais” e os professores são “migrantes digitais” e que entender esse atrito e buscar compreender esta realidade é a forma para que o ensino não fique abstrato. Citando um trecho da Bíblia (Apocalipse 3, 15-16), em que Deus diz que vomitará pessoas mornas, Cortella enfatiza dizendo que este trecho é essencial para a Educação. Professores não podem ser mornos, devem se aproximar de profissionais que incentivem uns aos outros. “Um galo sozinho não tece uma manhã, assim também é com a Educação”, destacou. “Educação pública não é lugar para gente morna”, enfatizou o filósofo.