A Big Band do Conservatório de Tatuí recebeu, ontem, o compositor, arranjador e trombonista fluminense Vittor Santos. A apresentação aconteceu no Teatro Procópio Ferreira. A apresentação teve duas estreias, entre elas a música "D'Abril", composta no último dia 14 de abril especialmente para a orquestra Big Band do Conservatório deTatuí..
Foi a quarta participação de Vittor Santos junto à Big Band do Conservatório de Tatuí. Para este concerto, ele elegeu repertório que une obras antigas de sua carreira de compositor e arranjador a material recente.
O programa foi apresentado conforme cronologia de produção, iniciando com “Vitória”. A segunda composição apresentada foi África, com arranjo foi escrito no ano de 1993. A melodia, cujo compositor permanece desconhecido por Vittor Santos até os dias de hoje, foi arranjada na fase em que ele atuava em conjuntos de baile no Rio de Janeiro.
Valsa dos Amigos foi reapresentada pela Big Band do Conservatório de Tatuí. Já “Obsession”, composta para solista e orquestra, representa um capítulo especial na vida do compositor. “Obsession” significa, literalmente, uma obsessão de Vittor Santos. A mesma composição recebeu cinco arranjos diferentes que, se somados, totalizariam quase 30 minutos. Dos cinco arranjos, dois foram gravados – um está no CD “Brazilian Breath”, da saxofonista Daniela Spielmann, e, outro, no CD “Arco e Tecla”, de Ricardo Amado, violino, e Flávio Augusto, piano. A terceira versão foi apresentada pelo clarinetista Cristiano Alves, em concerto realizado na Alemanha.
Outra obra apresentada foi “Coisa nº 10”, de Moacir Santos, ícone da música instrumental brasileira e um dos compositores brasileiros mais conhecidos no exterior. O programa seguiu com “Mais Pagode do que Jazz”, cujo arranjo foi encomendado pela Kluver´s Big Band para um evento realizado na Dinamarca no ano de 2006. Esta será a primeira audição brasileira do arranjo.
Duas das quatro partes de “Impressões” são apresentadas na seqüência. “Impressões – 1ª Parte” já é conhecida do público. Já a “Impressões – 4ª Parte”, nunca apresentada publicamente, terá sua estreia neste concerto. O mesmo acontece com “D’Abril”, obra concluída no último dia 14 de abril de 2010 em homenagem à orquestra tatuiana.
Vittor Santos
Arranjador, compositor, trombonista, produtor, Vittor Santos convive com música desde a infância. Aos sete anos foi presenteado com um pandeiro, instrumento que lhe despertou a musicalidade. No ano seguinte passou a estudar violão e, de imediato se interessou pelos recursos de harmonia. Aos 11 anos, em 1976, ingressou na “Banda do Clube Musical Euterpe”, onde passou a estudar tuba e elementos da música com o regente Alberto de Araújo Lopes. Iniciou carreira profissional aos 14 anos, como integrante de um quinteto que tocava para dançar nas noites petropolitanas, adotando o trombone como primeiro instrumento. Aos 16 anos começou a trabalhar em shows e gravações para diversos cantores e em 1985 montou a “Orquestra de Vittor Santos”, com a qual realizou diversas apresentações pelo Brasil e gravou os discos “Aquarelas Brasileiras” e “Um Toque Tropical”, pela antiga “Continental”, e ainda participou do filme “Banana Split” e da minissérie “Anos Rebeldes”. Foi líder e trombonista da “Orquestra In Concert” e professor de arranjo e harmonia funcional da escola homônima.
Em 1999 participou do Free Jazz Festival, dirigindo a “Vittor Santos Orquestra”. Em 1994 lançou “Trombone”, primeiro disco individual pela “Leblon Records” e, em 1997, pela mesma gravadora, o “Sem Compromisso”, de quinteto fixo, ao lado de alguns dos ex-integrantes da “Orquestra de Vittor Santos”. Em 2005, juntamente com o grupo “Conexão Rio”, lançaram o CD “Você só dança com ele”, pelo selo “MP,B”, no qual visitam 12 canções do compositor Chico Buarque. Já em 2006, o CD “Renovando as Considerações”, em parceria com os selos “Biscoito Fino” e “Brasilianos” no Brasil e, nos Estados Unidos, com o título “Renewed Impressions”, com o selo “Adventure Music”. Em 2001 estreou sua primeira obra sinfônica “Divagações sobre os quatro elementos” junto à Orquesta municipal de sopros de Caxias do Sul. Escreveu arranjos para a Lincoln Center Jazz Orchestra, para o evento “Carnival on Broadway – a Música do Brasil”, temporada 2001/2002. Foi convidado, com frequência, a participar de diversos “Songbooks” de Almir Chediack. Gravou ou atuou em shows como instrumentista ou arranjador com Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, Leny Andrade, Gal Costa, Moraes Moreira, Miltinho, Elza Soares, Ivan Lins, Francis Hime, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Antônio Adolfo, Ed Motta, Maria Schneider, Hamilton de Holanda e muitos outros. Atua como instrumentista nos projetos “Ouro Negro” (CD – 2001; DVD - 2005) e “Choros e Alegria” (CD - 2005), que homenageia o compositor-maestro: Moacir Santos.
Big Band
A Big Band do Conservatório de Tatuí foi criada no ano de 1975, unindo alunos de nível avançado e professores da instituição para apresentação de repertório exclusivamente popular, uma novidade na época em que a escola de música dedicava-se quase que totalmente ao ensino e difusão de música erudita.
Como grupo estável do Conservatório de Tatuí, a Big Band já acompanhou nomes como os de Leny Andrade, Osvaldinho da Cuíca, Miles Osland, Vinícius Dorin e Altair Martins, entre outros. Em outra oportunidade, o grupo recebeu como regente especial o conceituado Maestro Branco.
Em 2006, o grupo lançou seu primeiro CD, nomeado “SamJazz – 30 Anos”.
A Big Band do Conservatório de Tatuí é formada por Fabio Xavier, Celso Veagnoli, Cesar Roversi, Bruno Alejandro Munos Lopez e Sérgio Gonçalves de Oliveira (saxofones); Claudio Sampaio, Diego Garbin, João José Xavier e Reynaldo Izeppi (trompetes); Alan Palma, Rosa Garbin, William Barros e Leonardo Ramos (trombones); Adriano Contó (piano); Carlos Iafelice (guitarra); Sergio Frigério (baixo); Rodrigo Marinonio (bateria); e Tiago Sebbe Mecatti (percussão).