Alenita Ramirez no Correio Popular, com copidesque do DT
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Delegado Sandro Jonasson, responsável pelo 11º DP, está à frente das investigações (Rodrigo Zanotto) |
10/04/2025 às 16h20 | A Polícia Civil de Campinas investiga se um homem de 23 anos preso na manhã de anteontem na Vila Boa Vista, com um Mitsubishi ASX blindado furtado em São Paulo em 2023, seria integrante de um grupo do "novo cangaço" que atacou uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) e o prédio da Polícia Militar (PM) em Guaxupé (MG). A relação entre o detido e o ataque está na semelhança do veículo, que é parecido com o modelo de um dos usados no crime no Sul de Minas, cuja chave foi achada no bolso da calça do suspeito. Paralelo à ação de Guaxupé, a polícia também investiga o envolvimento do rapaz no sequestro de um empresário e da mulher dele, no último final de semana, em Tatuí.
Somado a isso, dentro do veículo que estava com o ajudante os policiais militares localizaram duas placas veiculares, uma balaclava (touca ninja), abraçadeiras plásticas (enforca gato) para algemação, geralmente usadas para prender vítimas de sequestro, uma maleta de inibidor de sinal (Jammer) e luvas - objetos estes que também são usados em roubos de cargas. No final da tarde, o suspeito teve o flagrante relaxado e responderá em liberdade.
A localização do carro e do suspeito aconteceu menos de dez horas depois do ataque em Guaxupé. Segundo fontes policiais, a ocorrência mineira gerou alerta entre as forças de segurança do Estado de São Paulo e Minas Gerais, pelo fato do interior paulista ser um 'celeiro' de criminosos que integram o 'novo cangaço', em especial a Região Metropolitana de Campinas (RMC). Como já ocorreu em outras ações, a Polícia Militar (PM) intensificou patrulhamento com vistas a carros usados no ataque.
O carro foi encontrado por volta das 11h por uma equipe de patrulhamento do 47º Batalhão de Policiamento Militar do Interior (BPMI), na Rua dos Freijos, na Vila Boa Vista, após os policiais serem informados que um veículo semelhante ao usado no crime tinha sido deixado no local por quatro pessoas. Os agentes foram ao endereço, encontraram o carro abandonado e fizeram buscas. A 200 metros de onde estava o veículo avistaram o suspeito, que, em uma atitude repentina, colocou as mãos na cintura, o que levou os policiais a suspeitar de que ele estava armado, o que motivou a sua abordagem.
Na revista pessoal, segundo o boletim de ocorrência, foi localizado um simulacro de arma de fogo na sua cintura e a chave do veículo abandonado. O suspeito teria relatado que no período da manhã havia ido para São Paulo com três homens e cada um pegado um carro e, no caso dele, levado para Hortolândia.
No início da noite, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, divulgou um vídeo em sua rede social sobre a prisão do suspeito com um veículo onde foram encontrados diversos materiais utilizados em ações criminosas. "O criminoso foi preso com um carro contendo balaclavas, roupas, amarras, placas de carro e luvas. As buscas continuam", afirmou o secretário em publicação nas redes sociais.
O rapaz foi preso por receptação e adulteração de sinal automotor e passaria por audiência de custódia na tarde de ontem. O veículo ficou apreendido e é alvo de investigação do 8º Distrito Policial (DP), que abrange a área onde o carro foi encontrado. "Em virtude dos dois fatos, o primeiro que foi o sequestro no município de Tatuí, cujo cativeiro da vítima era na cidade de Valinhos, próxima a Campinas, e o segundo, em Guaxupé, o carro está sendo objeto de investigação. Essas duas linhas de investigação, hoje são percorridas pela Polícia Civil do Estado de São Paulo. O momento não é de limitar hipóteses, nem diminuir a abrangência da investigação, mas o momento é de alargar essa abrangência e de aumentar o alcance das tratativas de investigação policial. A Polícia Civil não trabalha com achismo, mas com fatos. E nesse momento os fatos indicam o possível uso desse veículo em dois eventos criminosos", disse o delegado Sandro Jonasson, responsável pelo 11º DP em Campinas e assessor de imprensa da 2ª Delegacia Seccional, à qual pertencem o 8º e o 11º DPs. "Não podemos, nesse momento, afunilar a investigação e apontar com certeza se esse carro foi utilizado em um ou dois ou em nenhum evento. As periciais foram determinadas e nós estamos no aguardo dos laudos técnicos que irão eventualmente apontar a existência ou não de impressões digitais no veículo, o que pode nos direcionar de uma forma mais efetiva para uma investigação ou outra", enfatizou Jonasson.
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