Os vereadores Kelvin e Micheli Vaz foram à tribuna para debater sobre a propositura. Kelvin iniciou a fala declarando o voto contrário. “Problemas da Segurança Pública, da desvalorização dos trabalhadores da Segurança Pública, falta de equipamentos de trabalho, falta de profissionais que muitas vezes sobrecarrega a nossa Guarda Civil Municipal, que precisa assumir responsabilidades da polícia do Estado. Problemas da Educação, superlotação das salas de aulas, desvalorização salarial e da carreira do professor, a desconexão do modelo de Educação Integral com a realidade do jovem, que é o chamado ‘PEI’”, comentou.
“Talvez, se eu fosse vereador em Itapetininga, votasse favorável. Para Itapetininga foi um hospital, uma Faculdade de Medicina e um novo aeroporto que acabou de ser anunciado. No dia em que for feita a inauguração das unidades habitacionais do CDHU, o governador sobrevoou Tatuí e foi pra Itapetininga. E lá ele anunciou o novo aeroporto no local onde existe uma estrada de terra, sendo que a nossa cidade tem uma pista de pouso asfaltada, com hangares e infraestrutura necessária para prestar esse serviço. Se tivesse alguma obra relevante eu viria e defenderia”, argumentou Kelvin.
O vereador também comentou sobre as novas entradas para Tatuí. “Esse papo acontece desde 2002, quando o então chefe da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo fez uma Audiência Pública neste plenário e anunciou sete novas entradas. Quantas saíram nesse período? Uma. E essas promessas são renovadas a cada eleição, para que o povo da nossa cidade entregue os votos ao governador. Quase 80% da nossa cidade votou nele, mas parece que para ele a nossa cidade não é prioridade”, afirmou Kelvin.
Ele comentou ainda sobre a justificativa da propositura. “Foi protocolada em 2023 e, além da biografia, fala que o governador mandou para Tatuí, cobertor, cesta básica, kit de limpeza e higiene pessoal durante as fortes chuvas que o município enfrentou. Mas só isso? Se tivesse ordem de serviço para uma grande obra, assinada para a cidade, valeria a pena o voto favorável. Com todo o respeito, ele tem que administrar mais de 500 municípios, e talvez também seja questão de disposição da nossa classe política em cobrá-lo, pois a cidade entregou quase 80% dos votos a ele. Ao invés de fazer um movimento de dar a honraria, talvez fosse a hora de irmos cobrar, colocando a nossa cidade em primeiro lugar. Por essas razões, o meu voto é contrário. Reflitam sobre as minhas colocações. É a hora de Tatuí, pela primeira vez, dar o sinal ao governo do Estado e falar: ‘Tatuí tem que ser prioridade e não Itapetininga’”, finalizou Kelvin.
A vereadora Micheli Vaz, autora do projeto, em seguida foi à tribuna e rebateu os posicionamentos do vereador Kelvin atacando o PT.
Micheli Vaz leu trechos da biografia de Tarcísio de Freitas, destacando que após a atuação nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, ele foi nomeado Ministro da Infraestrutura por Jair Bolsonaro, área onde “assumiu a missão de finalizar obras inacabadas e conceder o máximo possível de ativos para a iniciativa privada, a melhor forma de atrair investimentos e gerar emprego em tempos de restrição fiscal”, diz um trecho do texto.
De acordo com a vereadora, o projeto para o título de "Cidadão Tatuiano" foi apresentado em 1º de fevereiro de 2023. “Em janeiro daquele ano sofremos as fortes chuvas e fomos socorridos pelo governador Tarcísio. O projeto não foi votado até hoje, porque o presidente da Câmara à época não aceitou colocar em votação por mera questão política. Ele disse a mim várias vezes: ‘Enquanto for presidente, não colocarei o projeto para votação’. Como as coisas acontecem na nossa vida, sobem e descem, hoje ele não é mais presidente e o projeto está em votação”, lembrou Micheli Vaz.
Na sequência, a vereadora concluiu a leitura da justificativa. “Assim que soube do ocorrido, [o governador Tarcísio de Freitas] imediatamente encaminhou através da coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, materiais como colchões, cobertores, cestas básicas e kits de limpeza e higiene pessoal. Através do trabalho dessa coordenadoria também foram feitos estudos e avaliações dos danos causados, para que o Estado possa apoiar o município nas ações de restabelecimento e reconstrução dos locais danificados. Segundo o Cel. PM Henguel, coordenador estadual da Defesa Civil, Tarcísio fez a seguinte observação: ‘Este é um pedido especial do governador Tarcísio de Freitas, para que, juntos, possamos, por meio da recuperação de obras, restabelecer as condições necessárias de viabilidade do município de Tatuí’”, encerrou Micheli Vaz.
Colocado em votação, o projeto foi aprovado por 15 votos, considerando o voto do presidente da Câmara, vereador Renan Cortez, que também votou. O vereador Kelvin votou contra. A vereadora Gabriela Xavier não estava no plenário no momento da votação.
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