sábado, 8 de março de 2025

Tatuí e Votorantim decretam emergência de dengue

Índice larvário preocupa autoridades da saúde e há reabertura de postos específicos de atendimento

Thaís Marcolino no Cruzeiro do Sul, com copidesque do DT

Em Votorantim, índice aponta que sete a cada 100 casas tinham larvas do mosquito (Crédito: DIVULGAÇÃO / PREF. VOTORANTIM)


07/03/2025 |  A dengue vem avançando em todo o território paulista, tanto que o governo decretou situação de emergência em saúde pública em fevereiro. Contudo, algumas prefeituras emitiram decretos próprios, como é o caso de Tatuí e 
Votorantim, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Além disso, São Roque e Salto de Pirapora, também na região, reabriram locais específicos para atendimentos de pacientes com suspeita da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Conforme o Painel de Monitoramento Dengue, são 4.797 casos confirmados na área de abrangência do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Sorocaba, composta por 33 municípios. No mesmo período do ano passado (primeiras 10 semanas do ano) eram quase 17 mil confirmações.

Apesar do número de casos ser menor do que em 2024, o que tem preocupado as autoridades é o índice larvário. Quanto mais próximo do 1, melhor. Mas na região, de acordo com levantamento do Cruzeiro do Sul junto às prefeituras, o menor é o de Tatuí com 2,1, seguido de Votorantim (7,5), Sorocaba (8,2) e Salto (11,4). Os números significam que a cada 100 casas, duas tinham a presença do vetor, como é o caso de Tatuí.

Decretos

Com o crescimento do índice larvário, medidas de combate às larvas são necessárias. Para facilitar alguns trâmites, decretos foram publicados. O primeiro a tomar a iniciativa foi Votorantim. No dia 25, o documento assinado pelo prefeito Weber Manga (Republicanos) trazia a preocupação com a doença, sobretudo a dificuldade dos agentes públicos em entrar nas residências para fazer as ações de conscientização e verificação larvária.

Três dias depois, na sexta-feira (28) passada, foi a vez de Tatuí. Na ocasião, o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior (PSD) assinou o decreto de reforço nas ações de controle e combate do vetor, requisição de insumos, assim como a criação do Comitê Gestor de Enfrentamento da Dengue.

Em Salto, apesar de a cidade ser colocada como em situação de emergência no Painel do Estado como um dos municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba a ter publicado um decreto, o Executivo não confirma tal documento.

Atendimento ampliado

Com mais pessoas relatando sintomas da dengue, Salto de Pirapora e São Roque informaram que reabriram espaços com atendimento exclusivo da doença.

O Centro de Atendimento ao Paciente Com Dengue (Caden), em Salto de Pirapora, reabriu nos últimos dias. O local, inaugurado no ano passado, funciona agora de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Segundo a prefeitura, uma equipe especializada oferece todo o suporte, inclusive hidratação.

Já em São Roque, a ala sentinela na Santa Casa será reaberta na segunda-feira (10). O público pode procurar atendimento de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. A abertura do atendimento no local também teve início em 2024 e fica no antigo prédio da hemodiálise do hospital referência no município.

Em Sorocaba

A reportagem questionou a Prefeitura de Sorocaba acerca das medidas preventivas da dengue. Em nota, a Secretaria da Saúde (SES) disse que segue monitorando a condição epidemiológica e, para o momento, mantém disponíveis 19 UBSs abertas no horário das 7h às 19h e 14 UBSs das 7h às 17h para atendimentos mais leves. O PA Laranjeiras e as UPAs (Norte, Leste, Oeste, Éden) funcionam 24 horas por dia para condições mais graves. “Em caso de necessidade, a SES avaliará as condições, conforme monitoramento, para ampliação ou atendimentos especiais para arboviroses”, finaliza.

Vacinação

Além de evitar a proliferação do mosquito com atitudes simples, como não deixar água parada ou lixo espalhado, a vacinação contribui para evitar casos graves em caso de infecção. No Estado, a imunização é voltada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

O esquema vacinal tem duas doses, com intervalo de três meses entre elas. Entretanto, a busca pela imunização não é o ideal. Em todo território paulista são 27% da faixa etária os que iniciaram o ciclo vacinal e apenas 11% que o finalizaram.

Fazendo um recorte, em São Miguel Arcanjo 8% dos pouco mais de 2,2 mil crianças e jovens tomaram a primeira dose e, menos da metade (4%) retornaram aos postos. É o município da RMS com menor índice de cobertura. O maior é Alumínio, com 36% na primeira dose e 15,92% na segunda.

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