Por Sabrina Ribeiro (*)
"Nascido em uma corte que cultivava a arte, Dom Pedro I estudou música desde sua juventude. Consta que teria aprendido a tocar nada menos que 7 instrumentos. São eles: viola, violoncelo, violino, fagote, trombone, clarinete, flauta e piano.
De sua sólida formação nasceria o “Imperador Compositor”, escreveu diversas peças ao longo de sua vida. Como instrumentista, é sabido que Dom Pedro I organizava concertos tomando parte da orquestra junto com os outros músicos.
Podemos atestar sua habilidade através das correspondências que a Imperatriz Dona Leopoldina enviara a seu pai, o Imperador Francisco I da Áustria, dizendo:
“Ele [Dom Pedro I] toca viola e violoncelo, toca todos os instrumentos, tanto os de corda como os de sopro. Talento igual para a música e todos os estudos, como ele possui, ainda não tenho visto” - Imperatriz Leopoldina em carta a seu pai Imperador Francisco I.
Marcos Portugal (compositor Marcos Antonio da Fonseca Portugal), maestro real e compositor de óperas e de músicas sacras, passou a dar aulas para Dom Pedro em 1811, quando chegou da Europa e encorajava o príncipe a elaborar suas próprias composições.
Dom Pedro dominava diversos instrumentos musicais, como clarim, flauta, violino, fagote, trombone e cravo. Para as distrações de adolescentes tocava guitarra clássica, com esse instrumento acompanhava canções, danças populares em alta no Rio de Janeiro da época, como o fado-luso cigano, a modinha luso-brasileira e o lundu angolano.
Sua composição mais importante é o Hino da Independência.
Em outra correspondência, a Imperatriz Leopoldina aponta os dotes do marido:
“O meu marido é compositor também, faz o presente uma sinfonia e um Te Deum, composto por ele. Na verdade, são um pouco teatrais, o que é culpa de seu professor, mas o que posso vos assegurar, é que ele próprio os compôs sem auxílio de ninguém.” - Imperatriz Leopoldina sobre o talento musical de Dom Pedro I
Este relato de Leopoldina é de grande serventia, tendo em vista que a mãe de Leopoldina, a Imperatriz Maria Teresa de Nápoles e Sicília, foi uma grande incentivadora das artes de seu tempo.
Tinha bom ouvido musical, chegando a atuar como cantora em eventos na corte, como missas e oratórios. Foi protetora dos irmãos Michael e Joseph Haydn. Joseph dedicou a Maria Teresa uma missa que se chamou “Theressianmesse”.
Além disso, o próprio Ludwig van Beethoven dedicou à mãe da Imperatriz Leopoldina o “Septeto em mi bemol maior”.
Como compositor escreveu numerosas peças para banda, orquestra, grupos de câmara, canto e obras sacras.
Após regressar à Europa, passou um breve período em Paris, onde conheceu o famoso compositor Gioacchino Rossini. Além disso, o maestro Rossini regeu uma composição musical de Dom Pedro I."
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