quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Votação de Requerimentos gera impasse em Sessão Extraordinária

Ao término da Sessão apenas oito vereadores estavam no plenário


28/11/2024 |  A 35ª Sessão Extraordinária, realizada na Câmara Municipal de Tatuí na última segunda-feira (25), caminhava para a fase final à meia-noite e meia, quando faltava apenas a votação dos Requerimentos que não eram direcionados ao Poder Executivo. Ao todo, seriam votados 36 Requerimentos em bloco único, da maneira como é feito costumeiramente, cujos números foram apresentados pelo vereador Renan Cortez, 1º secretário da Mesa Diretora.


Nesse momento, o vereador Márcio do Santa Rita pediu questão de ordem, onde solicitou a leitura na íntegra das 36 proposituras. O presidente Eduardo Sallum pediu a compreensão do vereador, justificando em relação ao horário avançado e que não haveria a necessidade da leitura, pois haviam sido lidos nas Sessões Ordinárias anteriores. O vereador Márcio do Santa Rita aceitou e desistiu da solicitação.

Logo que foram colocados em discussão e votação, o vereador Marquinho de Abreu pediu questão de ordem, solicitando a votação de três Requerimentos de maneira separada, sendo os números 3565, 3566 e 3574, todos de 2024 e de autoria da vereadora Cintia Yamamoto, relacionados à UPA de Tatuí / Beneficência Hospitalar de Cesário Lange (BHCL).

Então, Márcio do Santa Rita apontou que seria importante a leitura dos três Requerimentos da votação separada. Marquinho de Abreu, em contrapartida, pediu a leitura de todos os 36, da forma como Márcio do Santa Rita havia feito inicialmente. Ao negar as solicitações, com o objetivo de resolver o impasse, o presidente respondeu que “tem a fase de leitura, a fase de discussão e agora é a fase de votação”. Eduardo Sallum também se dirigiu ao vereador João Eder, explicando que havia acabado a discussão, mas uma possibilidade seria a abstenção, e no momento de justificar na tribuna, poderia fazer a leitura dos Requerimentos.

Iniciadas as votações, os 33 Requerimentos que restaram no primeiro bloco foram aprovados; já os três Requerimentos separados foram rejeitados. Os vereadores João Eder e Cintia Yamamoto se abstiveram e foram à tribuna justificar. Como não haveria novas votações após isso, dos 17 vereadores que registraram presença na Sessão, apenas oito permaneceram no plenário.

Cintia Yamamoto foi a primeira a ir à tribuna e falar sobre a abstenção. “Foram três Requerimentos rejeitados pelos vereadores aliados ao ‘vice em exercício'. Volto a essa tribuna só para justificar”, iniciou. Em referência ao vereador Marquinho de Abreu, que solicitou a votação separada dos Requerimentos que acabaram rejeitados, a vereadora afirmou que “ele mesmo se contradiz no que fala e não consegue justificar”.

“Eu acho que é o medo que eu traga as informações reais, como eu trouxe. Esses Requerimentos são sobre a UPA. Já falei uma vez, eu não tenho preguiça de trabalhar. A primeira vez que coloquei os questionamentos da UPA, fui lá e protocolei também. Os Requerimentos que foram rejeitados pelos vereadores aliados do ‘vice’, fui e protocolei na Prefeitura também, porque a gente tem que ir atrás das respostas pela população. É o nosso dever”, destacou a vereadora.

“É uma vergonha essa omissão. Eu vou até a UPA, vou até a Santa Casa, vou exercer meu mandato, vou fiscalizar da forma como tem que ser feito. Se estão aqui para puxar o saco do ‘vice em exercício’, eu não estou. E além de toda a omissão que a gente enfrenta dentro da Câmara Municipal, vamos enfrentar ‘dois M’. Fizeram muito ‘M’ nessa campanha, ‘dois M’, Marquinho e Miguel, muita mentira”, finalizou Cintia Yamamoto.

Em seguida, o vereador João Eder também foi à tribuna para comentar sobre a abstenção. “Antes de fazer a leitura e justificar, quero agradecer ao vereador Renan Cortez e à vereadora Gabriela Xavier, que mesmo votando contra, foram os únicos que tiveram respeito com esta Casa e se mantiveram presentes aqui até o final”, ressaltou.

Ele iniciou com a leitura do Requerimento 3565/2024. “Sabe por que é importante esse Requerimento da vereadora Cintia? Porque, pelas informações que a gente tem, porém não documentadas, a Prefeitura hoje deve cerca de R$ 4 milhões para a UPA. Pessoas estão indo até a UPA e não estão tendo acesso a medicamentos na farmácia. São R$ 4 milhões nas informações extras oficiais. E de repente, aprovando esse Requerimento, teria a necessidade de colocar no papel o que a Prefeitura deve, repito, R$ 4 milhões. Então começo a entender o receio de aprovar esse Requerimento”, pontuou João Eder.

O vereador também leu o Requerimento 3566/2024. “Esse Requerimento vai ao encontro da necessidade de mais médicos na UPA, mais enfermeiros, mais técnicos, enfim, um serviço que muitas vezes a população fica esperando por bastante tempo para ser atendido. Acho que também se explica, em razão disso, a negativa desse Requerimento”, destacou.

Por fim, João Eder fez a leitura do Requerimento 3574/2024. “Também é importante, porque tem vezes que a gente faz Requerimento direto para a Prefeitura, como seria um deles aqui, e eles respondem que não podem informar por força da Lei de Proteção de Dados, a exemplo das árvores. Até hoje a gente não sabe onde foi feito supressão, poda, penetrografia, tomografia em árvore, enfim, de repente a resposta da Prefeitura não viria de acordo com a resposta da realidade, que certamente a UPA daria”, finalizou o vereador.

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