Por Solange Bezerra Leal
Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, data fixada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Associação Internacional para prevenção do Suicídio (IASP).
Setembro Amarelo refere-se ao mês da Campanha de Prevenção ao Suicídio, um mês inteiro dedicado a ações de prevenção ao suicídio, e só existe no Brasil. A campanha chegou ao país em 2013 por intermédio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e desde então vários segmentos da Sociedade aderiram a Campanha.
Passados 10 anos da campanha, os números de tentativa de suicídio e suicídios consumados, aumentam e chamam a atenção. Seria indício de que devemos questionar a efetividade da campanha e rever sua forma de atuação e abrangência?
Por um lado, penso que por ser um mês, onde as pessoas se debruçam sobre o assunto, não podemos perder a oportunidade de levarmos informações de qualidade com embasamento científico, conscientização às pessoas e orientações.
Por outro lado, devemos ter o cuidado para que a Campanha não se torne uma campanha de marketing esvaziada, a prevenção ao suicídio deve ocorrer diariamente e não apenas no setembro amarelo.
Prevenção não se resume a uma palestra no mês de setembro distribuir balinhas ou bombons com mensagens motivacionais não é prevenir, precisamos refletir qual a efetividade das nossas ações para prevenção ao suicídio.
Qual é o impacto na pessoa em sofrimento psíquico e com ideação suicida ao se deparar com uma fita amarela, por exemplo?
Importante ressaltar que prevenção ao suicídio não é o mesmo que evitação e não é sinônimo de previsão. Assim como, a prevenção de um fenômeno complexo requer soluções complexas. As ações devem ser integradas, articuladas, envolvendo a transdisciplinariedade e a intersetorialidade.
As intervenções devem ser no âmbito do indivíduo, familiar, comunitário, social, institucional, organizacional e no âmbito de políticas públicas.
Vale lembrar que prevenção começa na mais tenra idade, deve considerar os grupos vulneráveis que sofrem discriminação, considerar também os fatores socioeconômicos e culturais, passa por qualidade de vida e bem-estar, não focar somente nos aspectos individuais, mais também nos aspectos sociais, acesso a serviços e profissionais especializados.
Onde buscar ajuda:
- Telefone 188 – CVV Apoio Emocional - Ligação gratuita e sigilosa.
- (15) – 3259-8400 - CAPS II – Centro de Atenção Psicossocial
- (15) – 3251-4370 - CAPS Ad. – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras drogas.
- CAPSiJ – Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil, à Avenida Profª. Zilah de Aquino, 1310 – Jardim Nossa Senhora de Fátima -Tatuí.
Solange Bezerra Leal é psicóloga especialista em psicologia Hospitalar (CRP 06/85160).
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