Entre os dias 2 e 6 de setembro, os clubes de leitura das bibliotecas das cidades participantes vão se transformar e prometem envolver adolescentes, jovens e adultos em encontros em torno de 17 obras que foram destaques do Prêmio São Paulo de Literatura. Esse módulo é uma ação inédita do Viagem Literária.
Por Beatriz Nogueira
22/08/2024 | A 16ª edição do programa Viagem Literária – módulo virtual Clubes de Leitura: Prêmio São Paulo de Literatura – inicia sua jornada por 20 cidades do interior e capital de São Paulo. Os municípios que irão realizar a primeira etapa desta programação, voltada para adolescentes, jovens e adultos, entre 2 e 6 de setembro, são: Adamantina, Barão de Antonina, Bastos, Batatais, Cananéia, Franca, Garça, Herculândia, Ibaté, Limeira, Penápolis, Pereira Barreto, Pinhalzinho, São Bento do Sapucaí, São Paulo, Porto Ferreira, Sabino, Uru e Tatuí.
Os eventos acontecem sempre em bibliotecas públicas, em parceria com as prefeituras das cidades participantes. Esta etapa visa garantir o acesso à literatura como um direito humano fundamental, além de oferecer apoio às equipes das bibliotecas na preparação dos participantes para o próximo módulo.
O Viagem Literária é uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, por meio do SisEB (Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo) com execução da SP Leituras - Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura. O módulo virtual Clubes de Leitura: Prêmio São Paulo de Literatura acontece de 2 a 27 de setembro e vai agitar ao todo 67 bibliotecas do Estado de São Paulo.
Conheça abaixo os livros selecionados e as datas do módulo Clubes de Leitura: Prêmio São Paulo de Literatura em sua cidade:
Semana de 2 a 6 de setembro de 2024
Uma chance de continuarmos assim
Taiasmin Ohnmacht
Paula e sua amiga Marcela desenvolvem um dispositivo que permite deslocar-se no tempo. Dessa forma, o leitor é convidado a transitar entre futuros possíveis, distopias, utopias e fragmentos imprecisos. Uma chance de continuarmos assim é uma ficção especulativa na qual afeto, tempo e memória são indissociáveis.
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5.9.2024 | Tatuí • 15h | Biblioteca Pública Brigadeiro Jordão | Mediadoras: Janine Durand e Vanessa Valente
Beijando dentes
Maurício de Almeida
O livro de contos Beijando dentes trata dos problemas de comunicação entre as pessoas por meio de contos fortes, tanto pela temática, geralmente sombria, como pela linguagem. A partir de cenas e diálogos banais do cotidiano, os textos avaliam as tensões nas relações humanas por meio de personagens extasiados.
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4.9.24 | Limeira • 19h | Biblioteca Pública Prof. João de Sousa Ferraz | Mediadoras: Adriana Ferreira e Andréia Grava
É sempre a hora da nossa morte amém
Mariana Salomão Carrara
Depois do arrebatador Se deus me chamar não vou, Mariana retoma seu jorro neurótico, humano e delicioso contando agora a história da septuagenária Aurora, encontrada desmemoriada e descalça na beira da estrada e procurando por uma certa Camila. Para uma amnésica, ela recorda-se de muito: da mãe que escovava seus cabelos até parecerem “uma peruca eletrizada”; do seu ato falho trágico religioso, de quando rezava na infância e dizia “agora é a hora da nossa morte amém”; dos anos em que deu aula de português em uma escola de riquinhos; da sua covardia perante a ditadura militar; de um carnaval em que tentou perder a virgindade com um jovem brocha vestido de bebê; e, sobretudo, das muitas mortes da filha Camila. Seriam essas lembranças reais?
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2.9.24 | São Bento do Sapucaí • 19h | Biblioteca Comunitária Escritora Eugênia Sereno | Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
Enquanto Deus não está olhando
Débora Ferraz
O romance de estreia de Débora Ferraz, Enquanto Deus não está olhando, narra a história de Érica, uma jovem artista plástica em busca do pai, que fugiu do hospital que estava internado. Érica procura possíveis rastros que ele possa ter deixado e a partir de pequenas memórias tenta entender a relação com o pai. Esta obra é sobre o que a autora chama de instante modificador, aquele ínfimo de segundo que pode transformar completamente a trajetória de alguém. Também é sobre a perda e a insegurança de ingressar na idade adulta sem preparo.
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2.9.24 | Adamantina • 19h | Biblioteca Pública Jurema Gomes Moreira Citeli | Mediadoras: Adriana Ferreira e Luciana Gerbovic
3.9.24 | Bastos • 19h | Biblioteca Pública Prof. José Maria Rondinelli | Mediadoras: Adriana Ferreira e Beatriz Ferreira
4.9.24 | Herculândia • 15h | Biblioteca Pública Francisco Rodrigues Simões | Mediadoras: Adriana Ferreira e Janine Durand
Enquanto os dentes
Carlos Eduardo Pereira
Uma manhã chuvosa no Rio de Janeiro. Antônio, um cadeirante negro de classe média, circula pela cidade enquanto um caminhão carrega sua pequena mudança. Endividado e sem alternativa, Antônio está voltando à casa da sua infância, do pai, homem severo, que ele não vê há mais de vinte anos. Enquanto avança nessa odisseia particular, Antônio atravessa também um percurso acidentado pelos corredores de sua própria memória: o relacionamento com o pai – o “Comandante” –, os anos na Escola militar, a homossexualidade, o acidente que o tornou paraplégico. Uma das estreias mais poderosas da literatura brasileira contemporânea, o nascimento de uma voz original e contundente.
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3.9.24 | São Paulo - BSP • 10h | Biblioteca de São Paulo | Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
Espinhos e alfinetes
João Anzanello Carrascoza
Para João Anzanello Carrascoza as palavras dão contorno a nós e ao mundo. Causam dor, feito espinhos e alfinetes. Mas, como agulhas, ajudam a nos curar de nós mesmos. Em seu quinto livro de contos, o autor fala das diferentes formas de vivenciar o adeus. “Quando perdemos alguém, damos adeus também a quem fomos. E, no fundo, estamos nos despedindo o tempo todo, mesmo quando damos boas-vindas a uma pessoa”, argumenta o autor. Os narradores de Carrascoza contam suas histórias desde o ponto de vista de crianças, como se a infância fosse a única e real possibilidade de deslumbramento e fantasia. O autor apresenta construções de linguagem singulares, que remetem, aqui e ali, a um parentesco com Guimarães Rosa ― sem que esses laços representam prisão. Bem pelo contrário.
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2.9.24 | Garça • 15h | Biblioteca Pública Dr. Rafael Paes de Barros | Mediadoras: Luciana Gerbovic e Vanessa Valente
João Maria Matilde
Marcela Dantés
Em seu novo romance, Marcela Dantés, autora finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti 2021, narra uma história sensível sobre laços familiares, loucura, hereditariedade e raízes. Perto dos 40 anos, Matilde é uma mulher forte e independente que pensava ser filha de pai desconhecido. O português João Maria é seu pai, já está morto e deixou um testamento, que a inclui, a ser lido com data e hora marcada em uma pequena vila além-mar. Deixando no Brasil o namorado, Abel, e Beatriz, a mãe que sofre com um Alzheimer precoce, a protagonista, já em Portugal à espera da leitura do testamento, faz um mergulho tão inesperado quanto solitário em seu passado desconhecido. Psicologicamente fragilizada, Matilde se vê obrigada a enfrentar seus maiores medos, a síndrome do pânico e alguns delírios.
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3.9.24 | Porto Ferreira • 15h | Biblioteca Pública Prof. Lourenço Filho | Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
Meu corpo ainda quente
Sheyla Smanioto
Quando você descobriu pela primeira vez que seu corpo não era seu? Em Vermelha, uma fictícia cidade de desova da ditadura militar inspirada na Diadema dos anos 80, nenhuma mulher tem o próprio corpo. É lá que Jô vive e cresce e precisa escolher entre aprender a viver em um corpo emprestado ou sair em uma jornada para tomar o próprio corpo para si. Uma escolha que a levará para dentro da geografia de seu corpo de mulher, esse lugar assombrado, pós-apocalíptico, onde ela terá de negociar com a loucura e com a morte se quiser voltar à vida. Meu corpo ainda quente é um romance e também um conto de fadas distópico, mas, antes de tudo, um manifesto poético-feminista.
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2.9.24 | Pereira Barreto • 10h | Biblioteca Pública Francisco Castro Alves | Mediadoras: Andréia Grava e Janine Durand
Mônica vai jantar
Davi Boaventura
É sexta-feira à noite: Mônica está se arrumando para um evento importante da empresa onde trabalha e acaba de descobrir que seu marido foi flagrado se masturbando dentro de um ônibus. Ela está em choque, mas, ainda assim, não consegue sair de casa. Por quê? Escrito em fluxo de consciência, este livro mostra a tensão e os dilemas, os sentimentos ambivalentes e os medos, os desejos, tudo mais que pode surgir quando a sua vida é invadida de forma abrupta e insólita por uma ação brutal da pessoa em quem você mais confia.
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6.9.24 | Cananéia • 10h| Biblioteca Pública Eduardo Boechat Ramos | Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
Nossa Teresa - vida e morte de uma santa suicida
Micheliny Verunschk
Micheliny Verunschk é conhecida pela sólida voz poética. Nesse romance de estreia, ela chega para ficar. A personagem Teresa é uma adolescente cujos desejos quase não chegam a sê-los, pois são espontaneamente saciados de saída. A moça é vidente, opera milagres e vai surgir líquida, contada por um velho que resiste em dá-la de todo para o leitor. Mas ela chega cada vez mais perto, beatificada pelo Papa e trazendo um desejo que a tentou até sua realização, o suicídio. Teresa é filha de pais ateus, que dos milagres operados pela filha nunca tiveram olhos para ver. Acompanhamos o luto da terra que chora de barriga cheia, alimentada por mais suicidas do que assumimos. O narrador reza, mesmo cansado, pois o suicídio é pecado para os homens, não para Deus. (Andrea del Fuego).
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6.9.24 | Penápolis • 19h | Biblioteca Pública Prof. Fausto Ribeiro de Barros | Mediadoras: Adriana Ferreira e Andréia Grava
O capricórnio se aproxima
Flavio Cafiero
"Vender enciclopédias", "trabalhar em banco", "comer pudim de pão", e, finalmente, "ser de capricórnio". Códigos familiares para assuntos proibidos para as crianças. É percorrendo esse mapa congestionado da linguagem que o leitor vai compreendendo lentamente o enredo cheio de humor e melancolia desta obra. A personagem principal é João, um taxista que tenta se entender com as novas tecnologías exigidas pela profissão e com a necessidade de aprender inglês por conta da Copa do Mundo no Brasil. Porém, mais difícil são as relações familiares. Aos poucos vamos nos reconhecendo no cotidiano da família de João por meio de referências, como programas de TV, jogos de futebol, xingamentos e comidas típicas.
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3.9.24 | Barão de Antonina • 19h | Biblioteca Pública Profª Sueli Wippich de Campos | Mediadoras: Claudia Aratangy e Vanessa Valente
O filho eterno
Cristovão Tezza
Cristovăo Tezza é um dos mais conceituados escritores brasileiros contemporâneos e O filho eterno é uma prova disso. O livro é um corajoso relato autobiográfico, narrado em terceira pessoa. Na sala de espera, entre um cigarro e outro, o protagonista está prestes a ter seu primeiro filho. Ao ver o médico, ele pergunta se está tudo bem, mas năo tem dúvidas da resposta positiva. Em sua cabeça, já imagina o filho com cinco anos, a cara dele. Enquanto ainda tenta se acostumar com a novidade de ter se tornado pai, ele tem que se habituar com outra ideia: seria pai de uma criança com síndrome de Down. Foi o romance mais premiado de 2008: Prêmio Jabuti, Prêmio São Paulo de Literatura, Prêmio Bravo! Prime de Cultura; e foi o vencedor do prêmio Faz Diferença (Prosa) do jornal O Globo.
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4.9.24 | São Paulo - BVL • 10h | Biblioteca Parque Villa-Lobos | Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
5.9.24 | Pinhalzinho • 10h | Biblioteca Pública João Teixeira Gonçalves | Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
O peso do pássaro morto
Aline Bei
A vida de uma mulher, dos 8 aos 52, desde as singelezas cotidianas até as tragédias que persistem, uma geração após a outra. Um livro denso e leve, violento e poético. É assim O peso do pássaro morto, romance de estreia de Aline Bei, no qual acompanhamos uma mulher que, com todas as forças, tenta não coincidir apenas com a dor que é feita.
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5.9.24 | Sabino • 9h e 14h | Biblioteca Pública de Sabino| Mediadoras: Andréia Grava e Adriana Ferreira
6.9.24 | Uru • 9h e 14h | Biblioteca Pública José Montefusco Marques | Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
Oito do sete
Cristina Judar
“Nada é por acaso na literatura que reaviva a aventura humana. Oito do sete: eis, não por acaso, a data que marca o enredo desta bela estreia de Cristina Judar no romance. Vamos nos inteirar da trama pelos fragmentos narrados por quatro vozes distintas: duas amantes (Magda e Glória), um anjo (Serafim) e uma cidade (Roma). Não por acaso Magda e Glória se veem como cisternas e aos homens como torres. Aqui os homens são embarcações; as mulheres, terra para que se afundem. Uma obra estruturalmente engenhosa, de alta voltagem lírica e primoroso labor com a linguagem. Não por acaso é uma história que desafia o leitor a sair de seu raso e saltar para o abismo de uma escrita inquietante.” (João Anzanello Carrascoza).
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4.9.2024 | Franca • 10h | Biblioteca Pública Dr. Américo Maciel de Castro Júnior | Mediadoras: Andréia Grava e Beth Leites
5.9.2024 | Batatais • 15h | Biblioteca Pública Dr. Altino Arantes | Mediadoras: Andréia Grava e Luciana Gerbovic
6.9.2024 | Ibaté • 10h | Biblioteca Pública Comendador Nello Morganti | Mediadoras: Beth Leites e Luciana Gerbovic
Serviço:
Viagem Literária 2024
Módulo - Contação de Histórias: Literatura de Cordel [presencial] - 6 a 9 de agosto; 13 a 16 de agosto; 20 a 23 de agosto; 27 a 30 de agosto
Módulo - Clubes de Leitura: Prêmio São Paulo de Literatura [virtual] - 2 a 6 de setembro; 16 a 20 de setembro; 23 a 27 de setembro
Módulo - Encontros com Escritores: Prêmio São Paulo de Literatura [presencial] - 1º a 4 de outubro; 8 a 11 de outubro; 15 a 18 de outubro; 22 a 25 de outubro
Entrada gratuita. Informações: https://siseb.sp.gov.br/viagem-literaria/
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