Por Diogo Del Cistia*, g1 Sorocaba e Jundiaí, com copidesque do DT
Jovem havia saído de casa para uma entrevista de emprego — Foto: Arquivo pessoal |
02/08/2024 | Uma jovem de 19 anos registrou um boletim de ocorrência após acordar em um matagal com machucados pelo corpo, na quarta-feira (31), na zona norte de Sorocaba (SP). Ela alegou à polícia que aceitou uma garrafa de água de um desconhecido e desmaiou.
Ao g1, a vítima contou que estava a caminho de uma entrevista de emprego, em um condomínio em Votorantim (SP). Ela iria até o bairro Campolim, em Sorocaba, de ônibus e, em seguida, pegar um carro por aplicativo até o destino.
“Saí com destino a Votorantim de ônibus e, quando cheguei nas imediações do Campolim, desci para pedir o serviço de app. Nessa hora, meu telefone ficou sem rede. Pedi ajuda às pessoas que passavam por mim, mas ninguém quis me ajudar”, conta.
Sem conseguir apoio, a mulher decidiu ir a pé ao local no município vizinho, mas não encontrou o local da entrevista. No caminho de volta para casa, um homem desconhecido ofereceu-lhe ajuda.
“Quando eu estava retornando ao Campolim, um moço me parou e perguntou se eu precisava de ajuda. Eu disse que não, que estava indo embora e iria pegar o ônibus para voltar. Ele perguntou onde eu morava e ele me disse que morava no Vitória Régia, um bairro próximo ao meu."
Durante a conversa, o suspeito disse que vendia água mineral na região e que seu estoque ficava dentro do carro. “Ele me contou que trabalhava vendendo água e tinha garrafinhas no carro. Com isso, continuei seguindo em frente e ele foi até o veículo. Ele me parou novamente e, nisso, disse: ‘Como é um pouquinho longe, você vai andar muito e pode acabar sentindo sede. Pode ficar com essa garrafa’. Não vi maldade alguma, ofereci para pagar, mas ele não quis. Agradeci e tomei”, conta.
Logo após tomar o líquido, a jovem lembra que começou a sentir um mal-estar. “Quando tomei um pouco da água, me senti muito mal. Via tudo embaçado. Estava muito nervosa por conta de toda a situação, então achei que era uma crise de ansiedade. Parei um pouco, respirei, contei até 10 e nada. Quando encostei em uma parede para me apoiar, apaguei e não me lembro de mais nada”, afirma.
A mulher acordou cerca de duas horas depois em um matagal no bairro Vitória Régia, zona norte de Sorocaba, com lesões e manchas de sangue em todo o corpo, incluindo seios, boca e braço.
Jovem acordou do outro lado da cidade, duas horas depois — Foto: Arquivo pessoal |
“Quando acordei, estava em um mato de uma rua sem saída, era um local muito esquisito. Consegui sair de lá com muita dificuldade. Ele não levou meu celular, nem meus pertences. Mas estava com a blusa rasgada, meus seios e nariz cobertos de sangue e a minha boca inchada”, relata.
“Fui saber onde estava só quando cheguei em uma rua mais movimentada. Perguntei a uma mulher e ela explicou que eu estava no Vitória Régia. De lá, cheguei em um estabelecimento que me ofereceu apoio e, em seguida, fui para o Pronto Atendimento (PA) e ao Hospital Regional”, complementa.
Ao acordar, a jovem conta que não conseguiu ter nenhuma reação ao se deparar com a área de mata e as lesões do seu corpo. Sua preocupação maior era sair de lá o mais rápido possível.
“Não conseguia raciocinar sobre o que tinha acontecido. Não tive reação. Ao ver tudo machucado e rasgado, foi muito difícil entender e processar. Estou recebendo bastante apoio dos meus familiares para ajudar a encaixar tudo”, finaliza.
A vítima chegou a registrar um boletim de ocorrência na quinta-feira (1°) e passou por um exame de corpo de delito. O resultado ainda não foi divulgado. O caso foi registrado como estupro de vulnerável na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba.
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