domingo, 7 de julho de 2024

Justiça mantém condenação de homem que enterrou o próprio cachorro vivo

Cão foi encontrado às margens de rodovia em Tatuí. Ele ficou sob os cuidados de veterinários por mais de 50 dias e passou por várias cirurgias antes de ser adotado e virar sucesso nas redes sociais.

Por g1 Itapetininga e Região, com copidesque do DT

Casal encontra cachorro parcialmente enterrado às da SP-127 em Tatuí (SP) — Foto: União Protetora dos Animais (UIPA)/Divulgação


07/07/2024 |  A Justiça manteve a condenação do homem que enterrou parcialmente o próprio cachorro vivo em um terreno às margens da Rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127), em Tatuí (SP). O crime de maus-tratos foi registrado em setembro de 2021.

A defesa do réu havia recorrido da sentença, mas a 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, em parte, a decisão da 1ª Vara Criminal de Tatuí, que foi divulgada na quarta-feira (3).

Segundo o TJ, a pena foi redimensionada para dois anos de reclusão, em regime inicial aberto, substituída por duas restritivas de direitos, consistentes na prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária no valor de um salário mínimo em favor de ONG que cuidou do animal após o resgate.

Conforme os autos, o cachorro foi atacado por outro animal e ficou debilitado. Como o dono não tinha condições de arcar com o tratamento, levou o cão até a margem de uma rodovia e o enterrou apenas com a cabeça para fora.

Parte da ação foi vista por uma testemunha, que resgatou o cão e o levou para receber atendimento veterinário.

Para o relator do recurso, desembargador Ruy Alberto Leme Cavalheiro, a alegação de que o réu acreditava que o animal estivesse morto não merece acolhimento.

"O contexto deixa in dubio que o acusado realmente enterrou o cachorro ali, deixando-o submerso em terra, abandonando-o à morte, sem o tratamento que necessitava. Logo, o crime de maus-tratos se configurou por tal conduta: enterrar um animal ainda vivo", afirmou.

O colegiado reduziu o montante a ser pago em prestação em razão da condição financeira do acusado. Completaram o julgamento os desembargadores Gilberto Cruz e Marcia Monassi. A decisão foi unânime.

Após o ocorrido, o Menino Bento, como passou a ser chamado, virou sucesso nas redes sociais durante seu processo de recuperação.

Adoção e vida nova

Cachorro foi resgatado e conheceu nova família em SP — Foto: UIPA/Divulgação

O cachorro foi adotado e levado à capital paulista, onde mora com a nova família. Nathalia Azevedo contou que decidiu adotar o Menino Bento depois de conhecer a história dele por meio de uma reportagem. Segundo ela, a vontade de adotar um animal que realmente precisava de ajuda já era antiga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário