terça-feira, 23 de julho de 2024

Adolescentes resgatados de trabalho análogo à escravidão em Cerquilho são liberados na PF de Sorocaba

Segundo a polícia, todos os 13 adolescentes que eram vítimas de trabalho análogo à escravidão em Cerquilho são moradores de Tatuí.

Por g1 Itapetininga e Região, com copidesque do DT

13 adolescentes foram resgatados em situação análoga à escravidão em fazenda de Cerquilho — Foto: Polícia Civil/Divulgação


23/07/2024 |  Os 13 adolescentes resgatados de situação de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda de Cerquilho (SP), na segunda-feira (22), foram liberados na presença dos responsáveis para voltarem para casa. A fazenda será multada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em, pelo menos, R$ 120 mil.

Conforme a polícia, os adolescentes foram liberados após registro de ocorrência na base da Polícia Federal de Sorocaba (SP).

Todos os adolescentes são moradores de Tatuí (SP) e, segundo o Conselho Tutelar do município, uma lista com os nomes completos de todas as vítimas foi solicitada à polícia para que seja realizada uma avaliação da situação de cada família e as medidas necessárias sejam aplicadas.

Adolescentes foram resgatados de fazenda em Cerquilho  — Foto: Polícia Civil/Divulgação


Multa do MTE

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que a fazenda deve ser multada em, pelo menos, R$ 120 mil.

O local foi interditado e, conforme o chefe regional da Fiscalização do Trabalho, Ubiratan Vieira, após a primeira fiscalização da fazenda nesta terça-feira (23), o valor da multa deve sofrer alterações e pode passar de R$ 200 mil. Uma nova visita será feita nesta quarta-feira (24).

O dono da fazenda e um funcionário foram presos e durante a noite de segunda e prestaram depoimento na sede da Polícia Federal em Sorocaba.

Relembre o caso

Uma operação da Polícia Civil resgatou os 13 adolescentes, entre eles uma garota. Eles estavam trabalhando em uma fazenda de Cerquilho na colheita de batas em situação análoga a escravidão na segunda-feira.

Conforme o registro policial, não havia banheiro para eles no local, sendo necessário que utilizassem sacos de batatas para fazer suas necessidades fisiológicas.

Eles não recebiam água ou alimentos, não tinham um local com sombra para descansar e se alimentar, e tinham uma jornada de trabalho que ia da madrugada até o fim da tarde, sem qualquer registro trabalhista.

Além disso, os adolescentes precisavam comprar luvas do dono da fazenda para não machucarem as mãos durante a colheita.

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