Por g1 Itapetininga e Região, com copidesque do DT
O empresário Milton de Oliveira Júnior — Foto: Reprodução |
17/06/2024 | O empresário Milton de Oliveira Júnior, de Itapetininga (SP), alvo da 13ª fase da operação "Lesa Pátria", após assumir durante uma transmissão que financiou os atos golpistas em Brasília (DF), foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O réu foi citado nesta segunda-feira (17).
No documento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dá prazo de 15 dias para que Milton se manifeste sobre a denúncia. O prazo da denúncia, assinada em 7 de junho, passa a contar a partir da citação, dois dias depois de a PGR oferecer a denúncia.
O empresário foi denunciado por associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Em um vídeo, Milton de Oliveira afirmou que notou incoerências na denúncia, e que "tudo será respondido dentro do processo, dentro da legalidade". Ele ainda pediu tranquilidade e disse que estava sendo perseguido por causa de seu posicionamento político.
Ao g1, ele disse que recebeu "com serenidade a citação do agora processo criminal dos atos do dia 8 de janeiro". "Informo que meu advogado fará a defesa usando todos os recursos legais e aguardo a confirmação da minha inocência", disse.
Sobre o caso e o radialista
Uma ação da Polícia Federal, em junho de 2023, buscou identificar o financiador dos atos registrados no dia 8 de janeiro, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos e depredados por bolsonaristas radicais que promoveram violência e dano generalizado contra prédios dos Três Poderes.
De acordo com a PF, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços do empresário identificado como Milton de Oliveira Junior. As diligências foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal. A operação está em sua 13ª fase.
Quem é o radialista?
Milton de Oliveira Junior é radialista e dono de emissora de rádio em Itapetininga. Em uma entrevista a um jornal da cidade, Milton disse que começou a trabalhar em rádio aos 13 anos. Aos 19 também atuou em emissoras de TV.
Milton também trabalhou com propaganda em produtora. Em 2016, ele começou, com outro empresário, a montar a emissora de rádio que se filiou à rede Jovem Pan.
Em abril deste ano, durante o jornal na emissora de rádio dele, na época, afiliada da rede Jovem Pan, revelou que financiou bolsonaristas que participaram de atos golpistas em Brasilia.
O que disse o radialista?
Durante a transmissão ao vivo, em 20 de abril, Milton afirmou que financiou "alguns patriotas a irem para Brasília". Ao vivo no programa "Manhã da Pan", o radialista comentou que não tinha medo de seus atos e desafiou com um "que eu seja preso".
A fala do radialista foi direcionada a ex-prefeita de Itapetininga e atual deputada federal Simone Marquetto (MDB-SP), depois que a parlamentar deu uma entrevista sobre o assunto.
“Eu contribuí, deputada. Entrego o recibo pra senhora. Não tenho medo de assumir o que eu faço. Se eu tiver que ser preso porque ajudei alguns patriotas a irem para Brasília fazer protestos contra um governo ilegítimo, que eu seja preso, não há problema nenhum“, disse.
No dia 20 de abril, a Jovem Pan anunciou o rompimento do contrato com a afiliada de Itapetininga. "A Jovem Pan esclarece que o empresário Milton Oliveira não faz mais parte do grupo de afiliados da Rede Jovem Pan. O contrato com a DPV Limitada, empresa que administrava a Jovem Pan Itapetininga, foi rompido na tarde de 20 de abril deste ano, mesma data em que o radialista usou o espaço da programação local da afiliada para manifestar apoio aos atos criminosos de 8 de Janeiro e para declarar ter apoiado financeiramente os protestos que levaram à depredação em Brasília", publicou a emissora nesta terça-feira, após operação da PF.
À época, o advogado de Milton, Fábio Coelho, informou que "ele prestou os esclarecimentos à autoridade e demonstrou que o auxílio dele foi a um amigo, no dia 20/11/2022, para retornar de Brasília para Itapetininga. E esse amigo foi pra lá em novembro de 2022 e fez um freelancer, um link ao vivo, com a antiga Jovem Pan de Itapetininga, que era capitaneada pelo radialista Milton".
Fim do contrato
Em nota publicada em seu site, no dia 20 de abril, o grupo Jovem Pan informou o fim do contrato de filiação com a produtora DPV Limitada, responsável pela Jovem Pan Itapetininga.
"A referida emissora exibiu conteúdo em sua programação e nas plataformas digitais que expõe a marca da Jovem Pan e viola cláusulas contratuais que têm como objetivo a preservação da marca e a reputação da Jovem Pan enquanto empresa de comunicação. A rede Jovem Pan SAT tem como premissa que as emissoras afiliadas, ainda que responsáveis pelo conteúdo que geram regionalmente, devem refletir os princípios e valores que o Grupo Jovem Pan defende há 80 anos", informou o grupo.
"Quando essa postura não é observada, gerando prejuízo para a Jovem Pan enquanto instituição, nos obrigamos a adotar as medidas legais cabíveis com o rigor necessário. O Grupo Jovem Pan esclarece ainda que não apoia a conduta dos administradores da produtora DPV Limitada e dos demais integrantes do programa que levou à exclusão do grupo de afiliadas Jovem Pan", completou.
A rádio continua funcionando, porém, como emissora local.
Perseguição
Também à época, após a repercussão do caso, em uma nota publicada nas redes sociais, o radialista alegou que estava sendo perseguido “por apenas apresentar a verdade baseada em fatos e por estar dando voz à população para que, cumprindo o direito de cidadão, possa agir respeitando sempre a constituição brasileira”.
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