por Cidade Itapetininga
Inauguração da Ponte dos Tropeiros, totalmente revitalizada em seus 72 metros, beneficia diretamente aproximadamente 10 mil moradores dos bairros Porto Velho, Cercadinho, Viracopos, Bairro das Antas, Fazendinha, Várzea e Varginha. (Divulgação/Prefeitura de Itapetininga)
10/06/2024 | Após permanecer fechada por quase duas décadas devido à deterioração, foi inaugurada no sábado (08), a Ponte dos Tropeiros do bairro Porto Velho, área rural de Itapetininga.
Considerada um marco histórico do município, a antiga “Ponte do Registro do Ouro” cumpriu importante papel durante os séculos XVI e XVII, sendo uma das principais rotas para o escoamento do metal precioso, extraído dos rios São José e Paranapanema, sendo fundamental no processo socioeconômico do Tropeirismo.
A inauguração da Ponte dos Tropeiros, totalmente revitalizada em seus 72 metros, beneficia diretamente aproximadamente 10 mil moradores dos bairros Porto Velho, Cercadinho, Viracopos, Bairro das Antas, Fazendinha, Várzea e Varginha, oferecendo maior mobilidade à população e facilidade no escoamento da produção.
A cerimônia contou com a presença do prefeito de Itapetininga, Jeferson Brun; de secretários municipais; vereadores e representantes da comunidade local.
Outro fator importante na entrega da obra está no forte impacto turístico para a região, que deve receber visitantes de todas as partes para conhecerem a travessia histórica sobre o Rio Itapetininga.
Como “Estrada do Ouro”, além da Ponte dos Tropeiros, a obra também incluiu a colocação de piso intertravado na Estrada Municipal Francisco César Rosa. Foram quase 9 mil metros quadrados de piso sustentável utilizado no calçamento, realçando ainda mais, a beleza e a acessibilidade deste trecho histórico.
“Senhoras e senhores, vocês todos estão diante de um retrato vivo da história de Itapetininga! Esse era um compromisso que assumimos desde o início de nossa gestão e que, agora, temos a satisfação de entregar para a população. Mais que um acesso que oferece mais mobilidade aos moradores e facilidade no escoamento produtivo, a reconstrução dessa ponte resgata parte da nossa história e presta uma justa homenagem ao movimento que enraíza nossa origem, o Tropeirismo”, destacou o prefeito Jeferson Brun.
Ao todo, por meio de recursos vindos do Governo Estadual e Municipal, a obra contou com um investimento de mais de R$ 2,6 milhões.
Ponte dos Tropeiros e Caminho das Tropas
Conhecida como Ponte do Registro do Ouro durante os séculos XVI (16) e XVII (17), este caminho desempenhou um papel crucial como uma das principais rotas de escoamento do ouro de aluvião, extraído das margens dos rios São José e Paranapanema, e como ponto de passagem para os garimpeiros que deixavam a região após o declínio da exploração aurífera. Ela se tornou um marco significativo no processo socioeconômico em desenvolvimento na região sudeste do estado de São Paulo, conhecido como Tropeirismo.
A exploração aurífera na região resultou na formação de dois povoados em terras da então Vila de Itapetininga: São José do Paranapanema (atualmente Guapiara) e Arraial Velho (hoje, Ribeirão Grande). Isso a transformou em uma das áreas de exploração de ouro mais antigas do Estado.
A rota comercial, conhecida como “Caminho das Tropas” entre São Paulo e o sul do Brasil, atravessava a antiga Ponte do Registro do Ouro e seguia até o Casarão do Registro do Ouro. Lá, era cobrado um “pedágio” colonial, e o local também podia ser utilizado como ponto de venda ou descanso para os tropeiros.
Devido ao terreno menos acidentado e à proximidade ao norte, a chegada à Vila de Itapetininga foi marcada pela instituição, em 1721, de um posto de registro para a cobrança de impostos sobre o quinto (uma parte dos lucros da mineração) e pedágio sobre os animais de carga que vinham do sul em direção a Sorocaba. Esta ponte histórica é uma testemunha viva da rica história econômica e social da região.
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