Por TV TEM. com copidesque do DT
Luciano vive em uma cidade ao sul de Israel — Foto: Reprodução/TV TEM |
15/04/2024 | Um professor de história que morou em Tatuí (SP) e atualmente vive em uma cidade ao sul de Israel relatou que os dias após o inédito ataque do Irã contra o país têm sido "difíceis e bastante tensos". Luciano Casalunga vive em Netivot, a 11 quilômetros da Faixa de Gaza.
"Foi bem complicado. Foram mais de 300 peças entre drones e mísseis, mas o exército de Israel, em conjunto com outros parceiros, como Estados Unidos, Inglaterra, até mesmo Jordânia e Arábia Saudita participaram dessa defesa e nos ajudaram", relata.
No sábado (13), o Irã enviou drones e mísseis para atacar Israel. Os drones demoraram horas para alcançar o território israelense. Pouco antes das 20h (2h da madrugada de domingo no horário de Israel) foram ouvidas diversas explosões na cidade de Jerusalém. Além disso, as sirenes de aviso soaram em quase todo o país (entenda o conflito, por tópicos, abaixo).
Conflito provoca extrema preocupação internacional por causa do poderio militar de Irã e de Israel — Foto: Reprodução/TV Globo |
Conforme Luciano, os moradores de Israel receberam orientações do governo para se proteger do ataque, como se proteger em bunkers. Além disso, ele diz que alguns serviços foram suspensos no domingo (14).
"Na nossa casa tem [...], seria um quarto seguro, é um quarto antibombas. Então, tocando a sirene, temos que correr para esse quarto", conta.
Luciano mantém contato com outros brasileiros pela internet, como o Centro Cultural Judaico de Sorocaba (SP), além de amigos que vivem em São Paulo. Cerca de 20 israelenses moram em Sorocaba e estão em contato direto com as famílias no Oriente Médio.
Como foi o ataque e como repercutiu
▶️ Resposta: A retaliação iraniana foi enviada a Israel na noite sábado, com o lançamento de mais de 300 mísseis e drones contra o país.
De acordo com as Forças de Defesa de Israel, 99% do ataque iraniano foi interceptado.
No entanto, alguns mísseis furaram a proteção israelense e caíram no território.
Uma criança de 10 anos ficou gravemente ferida no ataque.
O Irã disse que avisou países vizinhos sobre o ataque 72 horas antes do lançamento dos mísseis.
▶️ Reação de Israel: O governo de Israel se reuniu pouco depois do ataque. Uma nova reunião foi feita no domingo (14), no Gabinete de Guerra.
Israel defende responder o ataque do Irã.
Benny Gantz, membro do Gabinete de Guerra, afirmou que o Irã pagará na hora certa.
"Construiremos uma coalizão regional e cobraremos o preço do Irã da maneira e no momento certo para nós", afirmou Gantz em comunicado oficial.
O Irã avisou que pode lançar uma ofensiva ainda maior caso Israel faça um contra-ataque.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, também afirmou que o ataque contra Israel foi de "defesa legítima". Com a operação, o assunto foi visto como encerrado pelo país.
▶️ Sem apoio: O presidente Joe Biden deixou claro ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que os Estados Unidos não vão apoiar um possível contra-ataque.
Biden conversou com Netanyahu por telefone poucas horas depois do ataque.
Em um comunicado oficial, Biden chamou o ataque do Irã de "descarado" e elogiou a capacidade de defesa de Israel.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, também afirmou que o ataque contra Israel foi de "defesa legítima". Com a operação, o assunto foi visto como encerrado pelo país.
▶️ Sem apoio: O presidente Joe Biden deixou claro ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que os Estados Unidos não vão apoiar um possível contra-ataque.
Biden conversou com Netanyahu por telefone poucas horas depois do ataque.
Em um comunicado oficial, Biden chamou o ataque do Irã de "descarado" e elogiou a capacidade de defesa de Israel.
No entanto, nos bastidores, o presidente americano afirmou que os Estados Unidos não participarão de eventual contra-ataque israelense.
As informações foram confirmadas por uma autoridade da Casa Branca à agência Reuters.
O Irã avisou que poderá bombardear bases americanas se os Estados Unidos apoiarem Israel em uma contraofensiva.
▶️ G7 condena ataque: Os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo condenaram o ataque e disseram que trabalhariam para tentar estabilizar a situação no Oriente Médio.
Uma reunião virtual foi agendada pela Itália, que está na presidência rotativa do grupo, no domingo.
O Irã avisou que poderá bombardear bases americanas se os Estados Unidos apoiarem Israel em uma contraofensiva.
▶️ G7 condena ataque: Os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo condenaram o ataque e disseram que trabalhariam para tentar estabilizar a situação no Oriente Médio.
Uma reunião virtual foi agendada pela Itália, que está na presidência rotativa do grupo, no domingo.
Após a reunião, os líderes publicaram uma declaração demonstrando preocupação com uma possível escalada de tensões na região.
Além disso, o G7 pediu cessar-fogo imediato em Gaza.
▶️ ONU: Outra reunião marcada para o domingo foi a do Conselho de Segurança nas Nações Unidas, em caráter de urgência.
O representante de Israel pediu para que o órgão aplique "todas as sanções" contra o Irã.
O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, afirmou que o Irã não é diferente do regime nazista e comparou o líder supremo iraniano a Hitler.
Erdan também defendeu uma retaliação ao Irã e disse que Israel não é passivo diante de ameaças e ataques.
Já o Irã respondeu dizendo que agiu de forma legitima ao atacar o território israelense, direcionando artefatos apenas a alvos militares.
O representante do Irã na ONU, Saeed Iravani, afirmou que o ataque havia sido notificado às Nações Unidas e que o país agiu dentro do direito internacional.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o Oriente Médio "está à beira do abismo" e que há um perigo de um conflito em larga escala.
▶️ E agora? De acordo com a professora Priscila Caneparo, especialista em direito internacional, o que se espera agora é "uma resposta um pouco mais branda de Israel".
"Muito dificilmente a gente espera que haja uma escalada a nível regional desses conflitos, desses ataques diretos que, pela primeira vez, aconteceram entre Irã e Israel", explicou.
O dia do ataque
Na manhã de sábado (13), o Irã apreendeu um navio português e disse que a embarcação é ligada a Israel. A ação iraniana aumentou as especulações sobre a iminência de um ataque contra Israel.
▶️️ Tarde de sábado: Na expectativa de um ataque, as Forças de Defesa de Israel ordenaram a suspensão de aulas em todo o país e a restrição de aglomerações. Poucas horas depois, os militares afirmaram que o Irã havia lançado o ataque, enviando dezenas de drones para Israel.
▶️️ Preparação: Enquanto o ataque não chegava em solo israelense efetivamente, diversas ações foram tomadas. Entre elas: o espaço aéreo foi fechado no Iraque, Líbano e Israel;
Israel posicionou caças e efetivo militar para conseguir derrubar os drones antes que eles atingissem os alvos; sirenes foram acionadas em algumas regiões de Israel, alertando a população sobre o ataque.
▶️️ Aproximação: No caminho até o território israelense, parte dos drones foi derrubada por equipamentos de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, da Arábia Saudita e da Jordânia.
Por volta das 19h (horário de Brasília), ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma "ação legítima".
"O assunto pode ser considerado encerrado. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa", escreveu o perfil da missão do Irã na ONU em uma rede social.
Além disso, o Irã confirmou que também havia lançado mísseis contra Israel. Ao todo, foram mais de 300 artefatos, entre drones e mísseis de cruzeiro e balísticos. Entenda todo o histórico do conflito aqui.
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