[Divulgação/Fernando Ruz] |
15/01/2024 | Retrospectiva 2023: Emmanuele Baldini, spalla da Osesp e diretor musical da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí
Um ano muito positivo que se encerra não deixa de conter dúvidas e desafios para o futuro.
Poderia elencar aqui uma lista de feitos dos quais sou orgulhoso, como o extraordinário encontro da música sinfônica com a cultura indígena que conduzi em Tatuí e na Sala São Paulo, ou o crescimento na qualidade (individual e de grupo) da própria Orquestra do Conservatório, ou ainda a felicidade em tocar o Concerto de Brahms com aquela preciosidade que é a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo liderada por Cláudio Cruz. Poderia também falar do empenho na Osesp para moldar nossa identidade, indo ao encontro do ideal sonoro e artístico do maestro Fischer.
Por outro lado, acho que a lição mais importante ao encerrar esse 2023, e sobre a qual estou meditando bastante, é a necessidade de uma proposta artística que, sempre tendo a excelência como conditio-sine-qua-non, busque a integração de ideias novas com as mais tradicionais no formato do concerto.
Encontrar um equilíbrio em que vários elementos convivam é tarefa árdua, mas acredito que seja possível – e necessário – juntar o respeito pelas grandes obras primas do passado com a curiosidade pelas criações dos nossos dias, dialogando também com formas e linguagens diferentes, mantendo sempre uma grande atenção na maneira em como todos esses elementos são oferecidos para o público.
Ter a presença constante de grandes nomes do cenário internacional é um estímulo extraordinário e sempre necessário, mas paralelamente precisamos cuidar dos nossos melhores jovens, acompanhá-los, abrir portas para ajudá-los a construir um futuro musical exuberante no nosso Brasil, assim como exuberante é nossa natureza. Esse é o grande desafio, creio, para 2024 e para os anos que virão.
[Clique aqui para ler outros depoimentos publicados na Retrospectiva 2023 da Revista CONCERTO.]
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