sábado, 2 de setembro de 2023

Alunos da UFRJ conquistam competição latino-americana de foguetes

Entre equipes de 15 países, estudantes brasileiros conquistaram o primeiro lugar geral

Por Agência O Globo, com copidesque do DT

Alunos da UFRJ conquistam competição latino-americana de foguetes - Foto: Reprodução/Instagram


30/08/23 | Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) alcançaram o voo mais alto da jovem carreira de muitos deles: conquistaram, neste fim de semana, o primeiro lugar geral da Latin American Space Challenge (LASC) 2023, segunda maior competição experimental de engenharia de foguetes e satélites do mundo.

Realizada em Cabo Canavial, em Tatuí, entre os dias 24 e 27 deste mês, essa foi a 5ª edição da LASC. Foram inscritos mais de 145 projetos com participantes de 15 países, e a previsão dos organizadores era receber 1300 pessoas por dia, entre competidores, professores e espectadores.

Com o Caronte e o Aurora, foguetes usados pelos alunos da UFRJ, a viagem dos 42 integrantes do projeto (de um total de mais de 50 alunos) teve emoção: além do frio e da chuva ao longo dos dias, ventos fortes fizeram com que precisassem segurar as barracas armadas por eles para acompanhar a competição.

Pelas redes sociais, as equipes da UFRJ — Minerva Sats e Minerva Rockets — anunciaram a conquista "com imenso orgulho e determinação". Além do primeiro lugar geral da competição, estiveram no topo do pódio também na categoria 3 km de altura, meta de apogeu a ser atingido pelo equipamento.

"Foram meses de preparação árdua, dedicação incansável e trabalho em equipe inigualável que nos levaram a esse momento. Cada obstáculo que enfrentamos ao longo dessa jornada serviu como degrau para chegarmos ao topo do pódio. Cada desafio superado, cada noite virada e cada ideia brilhante contribuiu para o nosso sucesso inquestionável", descreveu a publicação, com uma foto da equipe reunida ao lado das bandeiras do Brasil, das equipes da UFRJ e dos foguetes com seus respectivos troféus.

Os alunos, matriculados em diferentes cursos da universidade, são amparados pela estrutura administrativa da Escola Politécnica (Poli/UFRJ), que abarca os cursos de engenharia da universidade, localizada no Centro de Tecnologia (CT), na Cidade Universitária.

Nesse espaço, os alunos contam com o Laboratório de Hidrologia e Recursos Hídricos, que funciona como sede da equipe de satélites, e o Laboratório de Estruturas e Materiais (Labest), que abriga a equipe de foguetes numa espécie de galpão cheio de equipamentos, conhecido como “Paraíso da mecânica”, onde toda a estrutura é montada, ambos sob o guarda-chuva da Poli/UFRJ.

Todo o foguete, incluindo projeto, códigos e até combustível, é produzido pelos alunos dentro da estrutura da universidade.

Encontrar foguete é critério de desempate

Essa viagem do campus do Fundão, na Cidade Universitária, Zona Norte carioca, a Tatuí não é a primeira da equipe este ano: em junho, ela foi ao Novo México, nos Estados Unidos, para a maior competição intercolegial do mundo, quando conquistou o 11º lugar geral da competição, entre equipes de 24 países.

Já neste mês, mesmo com o mau tempo, a sensação é de que tudo deu certo no latino-americano, como conta a gerente do subssistema de experimentos da Rockets.

— Os voos foram nominais e belíssimos. Ficamos monitorando o vento antes e durante o voo, porque, dependendo da velocidade, pode haver uma interferência negativa que desestabilize o foguete, comprometendo a trajetória e a chance do equipamento de atingir valores próximos ao apogeu máximo — explica Ana Carolina Dias, estudante de Biomedicina, de 23 anos, que integra a equipe. — Os foguetes subiram de forma estável e as missões de recuperação de ambos foram um sucesso, recuperados intactos.

O feito é celebrado porque a missão só é considerada completa após a recuperação dos equipamentos, etapa usada até como critério de desempate, segundo os jovens.

A equipe sabe bem da importância desse momento porque, em 2019, também durante a competição latino-americana de foguetes em Tatuí, o artefato explodiu no ar e seu motor foi perdido. Mesmo assim, a história teve um desfecho curioso porque, no ano seguinte, também em uma competição no local, a equipe conseguiu encontrar o motor que passou um ano perdido.

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