Por g1 Itapetininga e Região, com edição do DT
Professor de acústica da Fatec de Tatuí diz que poluição sonora é uma questão de saúde e políticas públicas — Foto: Reprodução/Freepik |
26/04/2023 | A Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) de Tatuí (SP) recebe um evento gratuito sobre a conscientização dos ruídos, nesta quarta-feira (26). Ao g1, especialista em acústica apontou os problemas causados pela poluição sonora - um assunto de saúde e políticas públicas.
No dia 26 de abril é celebrado o Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, caracterizado pela intensidade sonora, segundo a FioCruz.
Pensando no impacto do ruído no cotidiano, o Inad promove uma atividade de conscientização na Fatec de Tatuí. O evento ocorrerá a partir das 16h, desta quarta, e discutirá os cuidados no trabalho com áudio.
Fatec de Tatuí, no interior de São Paulo — Foto: Divulgação/Centro Paula Souza |
De acordo com o professor do curso de produção fonográfica da Fatec, Davison Cardoso, não são gêneros musicais o tipo de som que caracteriza a poluição sonora. “Não existe diferença no ruído. O que caracteriza o ruído é a pressão sonora, independentemente de frequência ou se o som é agradável”, comenta.
Poluição sonora
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determina níveis toleráveis de ruído em determinados tipos de ambiente (veja tabela abaixo).
Nível de tolerância de ruído, em decibéis
Área | Tolerância diurna | Tolerância noturna
Sítios | 40 dB | 35 dB
Urbana | 50 dB | 45 dB
Área mista - predominantemente residencial | 55 dB | 50 dB
Área mista - predominantemente comercial | 60 dB | 55 dB
Área mista - recreacional | 65 dB | 55 dB
Industrial | 70 dB | 60 dB
Fonte: NBR 10151
“Temos a preocupação com a saúde das pessoas e também com que as atividades, que gerem ruído, possam acontecer dentro das normas”, explica Davison.
Muito confundindo com confusões e atrelada aos grandes centros comerciais, a poluição sonora é uma questão de saúde pública e que requer políticas públicas, ressalta o professor.
“É uma construção coletiva, entre a Sociedade Brasileira de Acústica [Sobrac], prefeituras e outros órgãos públicos. É complexo, mas o caminho está acontecendo”, diz Cardoso.
Normas brasileiras estabelecem níveis de ruídos permitidos para cada tipo de ambiente — Foto: Reprodução/Freepik |
A longo prazo, a poluição sonora é prejudicial à saúde coletiva, salienta Davison, podendo causar: perda da audição, zumbidos, insônia, dor de cabeça, stress, aumento de produção de hormônios da tireóide, adrenalina e corticotrofina.
“É muito grande esse impacto (...). Não existem dados claros sobre, mas o impacto [na vida das pessoas] é evidente”, finaliza Davison.
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