Ademar Machado é um dos memorialistas que estará presente no Museu da Imagem e do Som de Tatuí (MIS).
Ademar Machado (Departamento de Imprensa da PMT / Divulgação) |
27/04/2023 \ Nesta sexta-feira (28/4), às 19h, o Museu Histórico “Paulo Setúbal” de Tatuí realizará a tradicional “Noite da Seresta com Ternura” com o grupo “Seresteiros com Ternura”.
Pedro Adilson Pavanelli, no violão; Paulo Rita Aguar, no cavaquinho; Carlos Mendes, na timba; Léo da Sanfona, na sanfona; e Maria Inês Camargo, na voz e no afoxé, compõem o grupo.
O produtor visual Ademar Machado, que é um dos memorialistas que estará no Museu da Imagem e do Som de Tatuí (MIS), foi o escolhido para receber as homenagens do projeto paralelo “Ilustres Tatuianos”, com uma exposição de fotos e de seus trabalhos.
O evento é gratuito e pode ser apreciado no Museu, que está situado na Praça Manoel Guedes, n° 98, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (15) 3251-4969 ou pelo e-mail museupaulosetubal@tatui.sp.gpv.br.
SOBRE O HOMENAGEADO
Ademar Machado nasceu em 6 de agosto de 1951, na cidade de Cesário Lange, e é filho de José Elesbão Machado e Elisa Maria da Conceição. A família se mudou para Tatuí em 1953 e em 1978 Ademar se casou com Maria Aparecida Machado (Cidinha) e, dessa união, nasceu o filho Erik Machado, em 1981.
Desde a infância, Ademar tinha paixão por imagens, se interessando por revistas em quadrinhos, álbuns de figurinhas, cinema e fotos, o que o levou a construir câmeras fotográficas do tamanho de caixas de fósforos. E as câmeras funcionavam! Com elas, ele fotografou funcionários da Prefeitura de Tatuí enfeitando a árvore de natal. Até hoje Ademar tem essas pequenas fotos. Para construir seu primeiro projetor de slides, utilizou lentes velhas da Ótica Peixoto. E no porão de sua casa projetava os filmes rebentados do saudoso Cine São José.
Seu gosto pela escrita, desde quando era aluno do “primário” no Grupo Escolar “João Florêncio”, fez com que fosse notado por um professor do curso “colegial” da escola “Barão de Suruí”, que usou uma de suas redações como exemplo para alunos mais velhos.
Em 1976, Ademar resolveu se profissionalizar como fotógrafo, fundando o que hoje é a “Produtora Machado”, acompanhando todos os avanços tecnológicos, desde o analógico até o digital, tanto na fotografia como na filmagem. Naquele início as filmagens ainda eram feitas em Super 8, sendo que diversas filmagens da cidade, dessa época, constam no acervo da produtora. Todos os negativos de interesse da cidade, antes de 1976, já eram cuidadosamente arquivados.
Aprovado em diversos concursos, Ademar optou por ser funcionário público federal, tomando posse em 1980 no setor financeiro da Previdência Social, na época chamada de IAPAS, sendo locado, mais tarde, no chamado INSS ou INPS, onde se aposentou em 2010.
Foi sócio honorário do Rotary Club de Tatuí. Recebeu homenagens do Tiro de Guerra de Tatuí, como colaborador. O Corpo de Bombeiros também o homenageou por sua participação ativa registrando as atividades nos socorros mais dramáticos de sinistros acontecidos na duplicação da Rodovia SP-127, nos anos de 1998 e 1999. Recebeu Moção de Aplauso da Câmara Municipal de Tatuí em razão dos registros históricos da cidade realizados pela Produtora Machado.
Seu gosto pela escrita e sua paixão pela fotografia, o levarão a ser colunista social dos jornais “O Progresso de Tatuí”, “O Tatuiano”, “Tribuna do Povo”, “Jornal Região em Alerta”, “Cidade Em Alerta” e “Ponto A”, com as colunas “Acontece Por Aí”, “Tatuí Em Foco” e “Focando”. Como subseção, além dos registros das atividades sociais da Produtora, Ademar redigia “Gente Nossa”, onde entrevistava personalidades tatuianas, e “Ontem e Hoje”, onde comparava fotos antigas com as atuais, mostrando a transformação e os aspectos da nossa cidade. Sob o polêmico título “Segredos e Curiosidades da Segunda Guerra Mundial”, Ademar escreveu um livro, publicado durante 27 semanas no jornal “Cidade Em Alerta”, com um trabalho intenso e extenso de pesquisa, mostrando as versões divergentes publicadas pelos jornais da época daquela guerra.
Com os avanços tecnológicos e a motivação constante do filho Erik, toda a estrutura da Produtora Machado foi renovada em seus equipamentos profissionais. Por outro lado, preocupado com a degradação dos materiais fotográficos e fonográficos, Ademar montou um completo laboratório de conversão de mídias antigas, garantindo, assim, a perpetuação dos registros desta cidade que ele tanto ama. A organização do acervo da Produtora foi natural e crescente, recebendo doações das mais variadas fontes, todas elas passando pela tão necessária restauração e digitalização. Esse acervo comporta até hoje mais de 60 mil itens, constante de fotos, negativos, filmes 16mm, Super 8, fitas de vídeo dos mais variados formatos, além de materiais fonográficos em LPs, CDs, fitas magnéticas k7 e rolos, tudo pertinente à cidade de Tatuí.
O acervo foi enriquecido com materiais das mais variadas fontes e classes sociais. Alguns doadores foram: Ivan Gonçalves, Padre Murari, José Celso Modena, João Lisboa, Família Holtz, João Rodrigues, Paulo Vagalume, Paulo Dragão, Elói Machado, Pedro Henrique de Campos, Monsenhor Teotônio dos Reis e Cunha, José Maria Rodrigues, Expedicto Lima, Aldo Pires de Campos, Osório Camargo, Wanderley Bocchi, Marcelo Afonso, Wilson Bertrami, Roque Bráulio Antunes, Luiz Antônio Voss Campos, Célia Holtz e Pacheco. Todas as partituras, gravações sonoras, fotografias, versos e cartas de Bimbo Azevedo foram fornecidos por Maria Elisa Corradi Azevedo; todos os filmes em 16mm filmados por Erasmo Peixoto; e muito mais.
Nesse acervo estão itens de interesse do Lions Clube de Tatuí, Rotary Club de Tatuí, Basílica Nossa Senhora da Conceição e outras instituições religiosas, Tiro de Guerra, Lar São Vicente de Paulo, Prefeitura Municipal de Tatuí, Câmara Municipal de Tatuí, Banda Santa Cruz, Clube Recreativo, seresteiros e músicos.
Também constam nesse acervo, devidamente arquivadas, entrevistas da Produtora feitas com Noel Rudi, Olívio Junqueira, Simeão José Sobral, Wanderley Bocchi, Januário Motta, Juraci Oscar e muitos outros. E, também, entrevistas com amigas, como Therezinha Pinto e Maria Inês de Camargo.
Todo esse acervo demandou mais de 30 mil horas de trabalho de restauração, organização e pesquisa da família. “Sem ajuda da Cidinha e do Erik, tudo isso seria impossível”, diz Ademar Machado.
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