por José Roberto Guedes de Oliveira, no jornal O Semanário
Nacif Farah – Músico. Nasceu em Capivari, no dia 22 de agosto de 1902. Filho de José Ignácio Farah e de Dona Eduarda Lhamas Farah. Casou-se em 1933, com a professora Francisca Vieira de Camargo Farah. Tiveram 2 filhos: a professora Alzira Camargo Farah Loretti e o professor e pianista Mário Edison Camargo Farah.
Ainda criança, já demonstrava pendores para a arte musical. Seguindo para Ribeirão Preto, diplomou-se brilhantemente em 1º lugar em Farmácia, pela Faculdade de Farmácia e Odontologia daquela cidade. Espírito muito independente, manteve-se nos estudos lecionando música em Franca, Casa Branca e Mogi Mirim.
Sua formação musical deve-a em grande parte do Cônego Oscar Sampaio que procurou familiarizá-lo com os segredos da harmonia e do contraponto. Frei Pedro Sinzig ao proceder a revisão de sua obra (As Sete Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz) para que fosse concedido o “imprimatur” ficou estático diante dos profundos conhecimentos contrapontísticos apresentados no trabalho do então jovem compositor.
Premiado pelo governo espanhol (As Selete Palavras) é uma obra executada durante as cerimônias da Semana Santa, não só em muitas igrejas no Brasil, mas também na França, Portugal, Espanha, inclusive no Vaticano. Em 1931 foi professor de Música no Instituto de Educação Barão de Suruí, de Tatuí.
Nacif Farah |
Após a instalação do Curso Colegial nessa cidade, ocupou a cadeira de Química. Foi um professor que se destacou não só pelo seu porte imponente, mas principalmente pela sua personalidade marcante que a todos infundia admiração e respeito.
Além de professor de Música e Química da escola daquela cidade, foi também Mestre Capela da Igreja Matriz de Tatuí. Deixou uma vasta produção musical abrangendo obras sacras, orquestrais e orfeônicas.
Foi acima de tudo um compositor sacro. Neste gênero podem-se citar: As Sete Palavras, Missas de Santa Cecília, de Nossa Senhora Aparecida, do Menino Jesus (para coro infantil, órgão e cordas). As três primeiras obras citadas, foram escritas para solistas, coro misto, órgão e cordas.
Deixou também diversas peças sacras como Tantum Ergo, O Salutaris, Veni Creatur, Ave Maria, Cantos de Natal, Tu és Sacerdos e uma série de Ladainhas. Com apenas 16 anos compôs duas Fantasias para pequena orquestra: (Esther) e (Noêmia) e que foram o prenúncio do que seria o compositor como sanfonista se tivesse dedicado a este gênero de composição musical.
No tocante a música orfeônica, criou verdadeiras joias da arte musical. São pequenas peças, miniaturas musicais sempre a 4 vozes mistas: Vesperal, O Sabiá, Ave Maria, O Vento, As Duas Flores, Sonho Eterno, As Pérolas, Cantiga Sentimental, etc. Outras tantas obras, ainda são desconhecidas de muitos, muito embora tenha ele recebido inúmeros prêmios e realizado concertos em todo Estado de São Paulo.
Faleceu em Tatuí no dia 15 de outubro de 1955, Dia do Professor. Nessa noite foi transmitida pela Rádio do Vaticano a execução da Sete Palavras.
(Fonte: Professor José dos Santos, Padre. Jarussi, O Organizador)
22 de dezembro de 2022
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