domingo, 24 de julho de 2022

Boituva suspende atividades de paraquedismo por tempo indeterminado

Anúncio foi feito pelo presidente do Centro Nacional de Paraquedismo nesta sexta-feira (22), depois que o centro foi intimado de uma liminar judicial. Na terça (19), aluno de paraquedismo morreu ao cair sobre telhado de casa

Paraquedismo em Boituva (Foto: Centro Nacional de Paraquedismo/Reprodução)


Do temmais.com, com edição do DT

22/07/2022 - O Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) suspendeu suas atividades a partir desta sexta-feira (22) em Boituva, cidade vizinha de Tatuí. O anúncio foi feito pelo presidente do CNP no início da noite, depois que o centro foi intimado de uma liminar judicial.

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determina a imediata proibição de lançamentos e voos sobre áreas urbanas de Boituva, “para se evitar que caiam sobre as residências pessoas, coisas, objetos e aeronaves”.

Apesar disso, o CNP decidiu suspender todas as atividades até segunda ordem, “tendo em vista a necessidade de complexa readequação da operação de paraquedismo com as aeronaves, pilotos, escolas, RTAs e instrutores”.

Caso o CNP descumpra a medida, deverá pagar uma multa de R$ 50 mil por dia.
Pedido de suspensão

A liminar foi concedida depois que a Polícia Civil de Boituva fez uma representação judicial pedindo a proibição de saltos nos trechos urbanos da cidade. O pedido foi feito durante as investigações da morte de Andrius Jamaico Pantaleão, um aluno de paraquedismo que caiu sobre o telhado de uma casa na terça-feira (19).

Fotos de paraquedista que morreu ao cair em Boituva (Foto: Arquivo Pessoal)

Imagens captadas pela câmera que estava acoplada ao instrutor de saltos de Andrius mostram que os dois saltaram sobre uma área urbana.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Emerson Jesus Martins, a proibição imediata de lançamentos e voos nas regiões urbanas é imprescindível para evitar novas mortes em Boituva.

“Estamos diante de uma conduta que coloca em risco os munícipes da cidade, já que se algo der errado, pessoas, equipamentos ou até aviões podem cair em cima de residências, comércios, prédios públicos, prefeitura, fórum, escolas, ou seja, em qualquer lugar, tornando iminente e grave o risco a todos. Se a vítima tivesse caído em cima de uma escola, poderiam ser mais vítimas fatais”, cita a representação.

Na decisão, o TJ também determinou a suspensão das atividades da WOW Paraquedismo, escola da qual Andrius fazia parte, até o resultado da perícia do acidente.
Investigação

A Polícia Civil está investigando o que causou a falha na abertura do paraquedas de Andrius, já que as imagens mostram que o paraquedista se desestabilizou e girou várias vezes no ar, o que pode ter prejudicado a abertura do velame.

Polícia investiga morte de aluno de paraquedismo em Boituva (Foto: Arquivo pessoal)

A Associação dos Paraquedistas de Boituva acredita que Andrius perdeu a estabilidade em queda livre e não acionou o paraquedas principal. Por causa disso, segundo o órgão, a suspeita é de que o paraquedas reserva abriu automaticamente, mas enroscou no corpo do aluno, que estava girando no ar.

Todos os equipamentos foram apreendidos para perícia. De acordo com a associação, o aluno e o instrutor estavam com a documentação em dia para praticar o esporte.

A WOW Paraquedismo, por sua vez, não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta reportagem.
Outros acidentes

Segundo apurado pelo temmais.com, esse é a quarta morte de paraquedista neste ano em Boituva.

Dois atletas morreram após o pouso forçado de um avião em maio, e uma sargento do Exército Brasileiro morreu em abril, após saltar com um paraquedas de alta performance.

Bruna Ploner morreu ao cair de paraquedas em Boituva (Foto: Facebook/ Reprodução)

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