quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Ministério Público do Trabalho apura denúncia de merendeiras sobre atraso nos salários em Tatuí

Funcionárias contratadas por empresa terceirizada para trabalhar nas escolas municipais da cidade - a Nutriplus - alegam que não estão recebendo os benefícios contratuais e que os salários são pagos com atraso todos os meses.

Por Karina Ricca e Francine Galdino, TV TEM, com edição do DT

Ministério Público do Trabalho apura denúncia de merendeiras sobre atraso nos salários em Tatuí - TV TEM/Reprodução

16/02/2022 |  O Ministério Público do Trabalho (MPT) deu um prazo até esta quinta-feira (17) para o Sindicato dos Trabalhadores em Refeições se manifestar a respeito de uma denúncia feita por merendeiras de Tatuí.

As mais de 100 funcionárias foram contratadas por uma empresa terceirizada, a Nutriplus, para trabalhar em escolas municipais da cidade. No entanto, elas alegam que não estão recebendo os benefícios contratuais e que os salários são pagos com atraso todos os meses.

À TV TEM, as merendeiras, que preferiram não se identificar, contaram que já são pelo menos dois anos com benefícios atrasados. Segundo elas, o vale-refeição e a cesta básica não são pagos há dez meses, e o salário, que deveria cair todo quinto dia útil do mês, sempre atrasa.

"Eles atrasam sempre nossos benefícios, que é o VR, cesta básica... Fundo de garantia nunca depositam. A gente tem direito a convênio odontológico e descontam do nosso salário, mas a gente não pode usar. Nosso pagamento nunca cai na data, sempre no dia 20", afirma uma das funcionárias.

Sem poder contar com o dinheiro e os benefícios na data certa, as merendeiras informaram que têm cobrado a empresa, mas que não receberam uma resposta agradável.

"Sempre falam que é para a gente ter paciência e, quando tem treinamento, falam que se não estiver bom, é para pedir a conta", relata outra merendeira.

Além disso, uma mulher que foi demitida pela Nutriplus em março do ano passado contou à TV TEM que não recebeu os valores que tinha direito após o desligamento. Ela trabalhou para a empresa por quase quatro anos.

"Não recebi nada. Eles não depositaram um ano mais ou menos de FGTS. Eles falaram que, como estava com contrato suspenso por causa da pandemia, a gente não tinha direito", explica.

Diante das denúncias, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou no caso e deu um prazo de dez dias úteis para que o Sindicato dos Trabalhadores em Refeições da região se manifeste a respeito do assunto e indique se alguma medida foi tomada.

Segundo a secretária geral do sindicato, Alessandra Bercio, a categoria entrou com um processo contra a empresa e a prefeitura também participa da ação, com a responsabilidade de fiscalizar as medidas. Enquanto isso, as merendeiras esperam uma solução rápida.

"A gente está cansada de lutar, de correr atrás, de pedir, de implorar por uma coisa que a gente trabalha. A gente não está pedindo muita coisa, a gente só quer nosso beneficio em dia", afirma uma funcionária.

Posicionamentos

Em nota, a empresa Nutriplus disse que enviou uma proposta para o sindicato das merendeiras para fazer o pagamento parcelado do vale-refeição, atrasado desde março do ano passado, e que aguarda uma resposta.

Já o sindicato disse que a categoria não aceitou o parcelamento em oito vezes do benefício e que vai levar o caso à Justiça do Trabalho.

Em relação aos salários, a empresa disse que, em fevereiro, eles foram pagos em dia. Além disso, afirmou que vai entregar as cestas básicas nesta quarta-feira (16).

Sobre os depósito em atraso do FGTS, a Nutriplus disse que está tentando um acordo com a Caixa Econômica Federal.

Já a prefeitura de Tatuí informou que notificou a empresa pelos atrasos nos pagamentos dos benefícios e que vai fazer uma nova licitação para o serviço de merenda escolar na cidade. O edital deve ser publicado em março.

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