quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Coluna da Práxis

A sessão ordinária da Câmara Municipal de Tatuí desta semana, semana de trabalho iniciada na terça, com o feriado de 15 de novembro na segunda-feira, aconteceu com início às 19 horas, conforme o regimento. O vereador Eduardo Sallum, em seu principal momento na tribuna, destacou dois temas principais:

TRIBUNAL DE CONTAS EM TATUÍ

Sallum fez questão de lembrar a prerrogativa do legislativo de fiscalizar o poder executivo. Registrou que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em visita surpresa às escolas de Tatuí, encontrou irregularidades na volta presencial das aulas. Mas fez questão também de criticar a postura dos seus colegas que rejeitaram um requerimento em que ele pedia a constituição de comissão de fiscalização para visitar as escolas antes do retorno presencial anunciado pela Prefeitura. Citou o único voto de apoio à sua propositura da vereadora Michele Vaz. Funcionários, professores e alunos voltaram a frequentar presencialmente as escolas sem as condições adequadas, segundo o órgão de fiscalização estadual que encontrou problema com a realização de obras na escola Lígia, na Vila Angélica, prejudicando as condições para o aprendizado e as condições de trabalho de professores e funcionários. "O que nós estamos fazendo aqui?", questionou o vereador, referindo-se ao dever de fiscalizador dos membros da casa que se omitiram para não desagradar o prefeito.

DEFENSORES DE TORTURADORES

Na outra fala contundente, Sallum respondeu à provocação do vereador bolsonarista Fábio Vila Nova, pela polêmica divergência entre a direção do PT, partido de Sallum, e a Secretaria de Assuntos Internacionais do Partido dos Trabalhadores, quanto ao reconhecimento da eleição na Nicarágua que deu a Daniel Ortega mais um período à frente daquela nação que não se alinha aos interesses estadunidenses. A direção desautorizou a nota da secretaria. O vereador que fez a provocação, se dizendo democrata e chamando o Governo da Nicarágua de ditadura e Ortega de ditador, externando sua opinião de não reconhecimento da legitimidade das eleições naquele país da América Latina, não ficou no plenário para debater o tema nem ouvir o que Sallum tinha para dizer. Sallum relembrou que o deputado Guiga Peixoto, que o vereador apoiou e apoia, está sendo investigado por usar dinheiro público para disseminar fake news e patrocinar atos antidemocráticos contra as instituições do Estado Brasileiro. Que o presidente Bolsonaro, que o vereador apoia, tem como ídolo e referência de vida o Cel. Brilhante Ustra, conhecido como o maior torturador do período da ditadura militar, período em que a democracia foi enterrada no Brasil. Indignado, o vereador Sallum trouxe o relato chocante da desumanidade praticada em homens e mulheres que sobreviveram para contar a história das torturas de choques elétricos em órgãos genitais, ratos em vagina de jovens mulheres, espancamentos com sangramento tratados com salmora. Os relatos dão conta de que os torturadores liderados pelo Cel. Brilhante Ustra, com a conivência da ditadura, levavam as crianças, filhos de presos políticos, para assistirem as bárbaras torturas dos pais. O vereador Eduardo Sallum falou da hipocrisia e enorme incoerência dos bolsonaristas quando apontam o dedo para acusar de ditadura qualquer país não alinhado aos Estados Unidos.

Esta coluna é da responsabilidade do Movimento Popular Práxis

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