Informações da ouvidoria apontam aumento de carência alimentar. Veja como ajudar.
Tenison Cavalcante da Silva Júnior
24/09/2021 | Insegurança alimentar é "um termo utilizado quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência. Quem está em insegurança alimentar não tem quantidade e qualidade suficiente de alimentos pra sua vida”, diz a nutricionista Caroline Dalabona, que trabalha na Pastoral da Criança, em entrevista à Rádio Brasil de Fato.
A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN) realizou em 2021 o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Os dados do relatório evidenciam as desigualdades regionais e apontam relações importantes.
Em suma, famílias com renda abaixo de um salário mínimo per capita, de áreas rurais, das regiões Norte e Nordeste, em que o responsável financeiro esteja desempregado, seja idoso ou mulher, de pele preta ou parda, trabalhador informal ou agricultor familiar, tenha baixa escolaridade ou que tenha menor acesso a recursos hídricos para produção de alimentos, estão muito mais sujeitos à insegurança alimentar.
A pesquisa ainda aponta como a pandemia impactou a insegurança alimentar dos brasileiros. Famílias que tiveram algum de seus membros perdendo emprego, redução de renda familiar, endividamento de moradores e corte de gastos em despesas essenciais apresentaram índices muito elevados de insegurança alimentar leve, moderada ou grave.
Os níveis de insegurança alimentar são definidos pela quantidade de respostas afirmativas a questões como “os alimentos acabaram antes que tivessem dinheiro para comprar mais comida?” e “algum(a) morador(a) de 18 anos ou mais de idade deixou de fazer alguma refeição porque não havia dinheiro para comprar comida?”. Quanto mais respostas positivas, mais grave é o contexto de insegurança do respondente. As perguntas foram extraídas da EBIA, Escala Brasileira de Insegurança Alimentar.
Em Tatuí, questionada, a Ouvidoria do município não retornou com dados estatísticos sobre insegurança alimentar na cidade, afirmando: “não temos um estudo sobre isso para indicar com precisão o aumento no município”.
Segundo a resposta da Ouvidoria, o Banco de Alimentos, parte da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, distribui “cestas de frutas, legumes e verduras a 300 famílias por semana” e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, por meio dos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), concede cestas básicas a cerca de 660 famílias inscritas, mas pontualmente, somente em decorrência de calamidade pública.
Segundo a mesma resposta, o município não conta com uma porcentagem específica do orçamento destinada à luta contra a insegurança alimentar. Os recursos são utilizados somente mediante demanda.
Em abril, o município aderiu à campanha “Vacina Contra a Fome” do governo estadual, de incentivo à doação de alimentos não perecíveis por munícipes no momento da vacinação. Segundo informações do site da Prefeitura, até 22/04 foram recebidos 1.058 quilos de alimentos. Não há informações posteriores de quantas famílias foram impactadas pela campanha ou de que forma foi feita a distribuição dos alimentos.
Em abril o município aderiu à campanha “Vacina Contra a Fome” do governo estadual, de incentivo à doação de alimentos não perecíveis por munícipes no momento da vacinação. Segundo informações do site da prefeitura, até 22/04 foram recebidos 1.058 quilos de alimentos. Não há informações posteriores de quantas famílias foram impactadas pela campanha ou de que forma foi feita a distribuição dos alimentos.
Além de ações e campanhas do poder público, é importante destacar ações da sociedade civil para enfrentamento ao aumento da insegurança alimentar no município em decorrência da pandemia. Uma delas foi a campanha “Cuide de Quem Está em Casa”, organizada pela Frente Tatuí Popular, composta por diversos coletivos e sindicatos, com colaboração da Justiça Restaurativa, do grupo de meditação Gira Gente e do MST de Iperó.
Segundo informações da assessoria do vereador e cientista político Eduardo Sallum, de abril a junho foram 250 famílias alcançadas. As doações continham, além de alimentos, produtos de higiene. Parte da campanha era não apenas realizar doações pontuais, mas conscientizar a população sobre seu acesso a direitos sociais e políticas públicas.
Ainda segundo a assessoria, a campanha continua até hoje, atendendo, em média, 20 famílias ao mês. Para ajudar, entre em contato pelo telefone (15) 99640-8430 ou visite a Casa da Práxis, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h.
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