Coren-SP repercute homenagem a profissionais da Saúde com mural no pronto-socorro de Tatuí.
Comunicação / Coren-SP, com edição do DT
26/07/2021 | Um mural de fotos de funcionários chama a atenção em uma das paredes do Pronto Socorro Municipal de Tatuí. Foi a forma que a instituição encontrou de homenagear seus colaboradores que faleceram vítimas da Covid-19.
O mural foi inaugurado com a presença dos familiares dos funcionários falecidos |
“Havíamos perdido dois colaboradores: a médica Dra. Jaqueline e o nosso porteiro Sr. Elias, quando a técnica de enfermagem Clara, que estava internada na UTI há alguns dias acabou falecendo também. Estávamos com a equipe amedrontada e nervosa e por isso surgiu a ideia da homenagem, para homenagear os falecidos e incentivar e apoiar os colaboradores que continuaram nessa luta. Nessa época estávamos à espera da terceira onda da pandemia e precisávamos de todos inteiros e fortes para continuar nessa guerra”, explica a enfermeira responsável técnica (RT) pela unidade, Roberta Lodi Molonha.
Dia da inauguração do mural |
A homenagem serviu para dar ânimo à equipe, que àquela altura se encontrava impactada pelo falecimento dos colegas e pelo estresse do trabalho na linha de frente do combate à pandemia. No dia da instalação do mural, foram chamados os familiares dos funcionários falecidos em uma emocionante cerimônia. “Os colaboradores ficaram muito emocionados e acabaram expondo seus medos e angústias. Tiveram a oportunidade de por um momento demonstrar o medo, a saudade, a frustração por tantas vidas perdidas. Às vezes na nossa rotina de trabalho temos que passar por cima desses sentimentos para continuarmos. A homenagem foi uma comoção geral entre todos”, conta Roberta.
Familiares durante a inauguração da homenagem |
A RT reitera que a instalação do mural se tornou um marco de humanização no ambiente de trabalho tão duro daqueles profissionais: “Apesar de não podermos trazer de volta pessoas tão queridas e que estiveram conosco por tantos anos, eu senti que daquela forma todos poderiam, mesmo que de uma forma triste, entender a importância e o valor dessas pessoas e que estávamos tristes, sim, mas o serviço não podia parar pois ainda tínhamos uma longa caminhada pela frente sem data para terminar”.
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