Serão vendidas áreas em Tatuí, Campinas, Itapeva, São Paulo, Pindamonhangaba, Itapetininga e Araçatuba. Pesquisadores tentam garantir a verba para o setor
Por Maria Teresa Costa, no Correio Popular, com edição do DT
Casa de Bambu, Tatuí SP |
25/08/2020 | O presidente da APqC, João Paulo Feijão Teixeira, avalia que nada mais pode ser feito para impedir transação. João Dória decidiu retomar a venda de sete áreas da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, entre elas, parte da área da Unidade de Pesquisa e Dsenvolvimento de Tatuí e um terreno de 245 mil metros quadrados do Instituto Biológico de Campinas (IB).
Pesquisadores, que conseguiram barrar a licitação em 2017, tentarão agora o compromisso do governo de que os recursos das vendas sejam revertidos para pesquisa.
A sessão pública da venda será amanhã às 10h.
Além da área do IB em Campinas, serão vendidas áreas em Tatuí, Itapeva, São Paulo, Pindamonhangaba, Itapetininga e Araçatuba.
Em 2017, quando foi lançada a licitação, o governo estipulou o valor total das áreas passíveis de alienação em R$ 1,43 bilhão.
A venda desses imóveis foi autorizada por projeto de lei aprovado em 2016 pela Assembleia Legislativa.
A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) impetrou mandado de segurança pedindo a suspensão da audiência que discutiu a venda em 2017. O argumento foi que audiência com a comunidade científica deveria ter sido convocada pela Secretaria de Agricultura, e não pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), como ocorreu. Além disso, a reunião deveria ser amplamente divulgada junto às entidades científicas e respeitar o quórum mínimo de 50% mais um dos membros da comunidade, o que não teria ocorrido de acordo com pedido da APqC.
Em janeiro de 2018 a Justiça anulou a licitação. O Estado recorreu e conseguiu liberar a tramitação.
O presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), João Paulo Feijão Teixeira, disse ontem que a entidade não tem mais instrumentos legais para impedir a venda. “Nosso pleito agora é para que os recursos das vendas das áreas dos institutos de pesquisas paulistas sejam revertidos para pesquisa”, disse. Segundo ele, há o compromisso da Secretaria de Agricultura de que isso ocorrerá. “Mas não temos nada assegurado”, afirmou.
Em nota, o Governo de São Paulo informou que a retomada de processos de licitação ocorre após a conclusão de ações judiciais em favor do Estado. Dois imóveis da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) tiveram propostas de venda válidas: um terreno com área de 582.617 m², em Araçatuba, no valor de R$ 2,502 milhões (não atualizado); e um terreno com área de 361 mil m², em Itapeva, no valor de R$ 2,24 milhões (não atualizado).
As outras cinco áreas, incluindo parte da fazenda do Instituto Biológico em Campinas, estão sendo integradas de forma gradual ao Fundo Imobiliário do Estado de São Paulo, informou a nota.
UPD Tatuí
Histórico
Inaugurada em 1934, iniciou seus trabalhos com foco nos estudos de pragas e doenças do algodoeiro herbáceo que na época, sem muitas informações, traziam muitos prejuízos aos produtores. No final da década 1950 foram realizados trabalhos de pesquisa para desenvolvimento de uma nova cultivar de amendoim que culminou com o lançamento da cultivar IAC Tatuí, por anos produzindo semente genética desta cultivar na unidade. Ainda no final da década de 50, visando melhorar e disseminar o uso do bambu no Brasil, foram introduzidas espécies da Colômbia, China e Japão, que compõem hoje um dos maiores Bancos de Germoplasma do mundo. O primeiro moinho de trigo do país foi instalado em Tatuí, em virtude do lançamento de trigo duro pelo celebre pesquisador Dr. Carlos Eduardo Camargo, cuja sêmola é utilizada para a produção do macarrão.
Sobre
A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tatuí desenvolve pesquisas nas cadeias produtivas de grãos, especificamente com as culturas de algodão, feijão, milho, milho silagem, milho pipoca e soja. Na unidade está instalado, desde 1958, o maior Banco Ativo de Germoplasma de Bambu da América Latina, em área de aproximadamente 2,0 ha, com mais de setenta espécies catalogadas e com ampla diversidade fenotípica para utilização na construção civil, artesanatos, tutoramento, produção de papel e celulose, biomassa (queima) e brotos (alimentação).
Destacam-se o ensaios de Avaliação Regional de Cultivares de Milho no Estado de São Paulo, tanto para grãos como para silagem, objetivando avaliar regionalmente os cultivares de milho comercializados quanto ao potencial produtivo, ao valor nutricional e a resistência às principais doenças foliares, para auxiliar técnicos e agricultores na escolha de sementes de milho. A unidade colabora com a experimentação regional dos Programas de Melhoramento de Milho Pipoca e Feijão do IAC.
Produtos e serviços
- Fornecimento de dados climatológicos da Rede CIIAGRO/IAC/APTA/SAA para produtores.
- Produção e/ou Multiplicação de sementes básicas de diversas espécies e cultivares originários do programa de melhoramento genético do Instituto Agronômico de Campinas, destacando: feijão, milho, milho pipoca, soja e cereais de inverno - aveia, trigo e triticale.
- Laboratório Regional de Análise de Defensivos Agrícolas, oferecendo os serviços de emissão de laudos técnicos de eficiência e praticabilidade agronômica e de fitotoxicidade para fins de registro de agrotóxicos e afins.
Equipe Técnica
Marcelo Ticelli
Fitotecnia
Endereço
Rodovia Mário Batista Mori, SP 141, Km 38 + 200 m, s/nº
Bairro Rio das Pedras
Caixa Postal 33
18280-000 – Tatuí / SP
Fone: (15) 3251 4230 / (15) 3251 6922
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