Fonte imagem: autora. |
A luz da vela
“Falou-lhe, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
(João 8:12)
A luz queimava em um canto da casa, suspensa, alumiando a gélida sala imersa na escuridão. Aquela vela se desdobrava ludibriando o leve vento que queria te apagar. Naquela vela estava a concentração de uma fé. Da fé na vida. Aquela luz representava a força de viver, em uma inflexão que nem todos compreendiam.
Nas profundezas daquele amarelo bruxuleando para o vermelho, os pedidos se condensavam e a devoção se manifestava. Um sopro de luz, mas o suficiente para iluminar a escuridão.
Por vários dias, a vela ia queimando cada vez mais, consumindo-se e diminuindo de tamanho, como uma autofagia. A vida em si é isso, um sacrifício atrás de outro, como uma consumação da própria carne. Sacrifícios que aliado a fé podem mover montanhas (Mateus 17:20), e tornar esses sacrifícios verdadeiras virtudes, transformando a água em vinho (João 2:1-12).
O frio se aproximava e, majestosa, a vela continuava na sua reflexão calórica sem se deixar apagar. Driblava o sopro que te desiludiria. Os seus reflexos se debandavam pela sala toda. A sua luz se espalhava transpassando a janela próxima.
No derradeirismo de sua existência, a vela muda sentia seu próximo fim. A sua luz cada vez mais fraca, cada vez mais, e mais, e mais ... apagou-se. A vida é um sopro. Um sopro que em instantes se vai. E a luz se apaga.
“O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente.”
(Gênesis 2:7)
Então se for para brilhar, brilhe da melhor maneira. Alimente sua luz com coisas boas e positivas. Pratique bem ao próximo e sua vela brilhará muito. E lembre-se que Ele sempre dará chances a todos. Depois de apagada, Ele acende outra vela e a luz sempre continua. E a vida apesar de um sopro transparece como uma obra pétrea.
A.M.O.R.
(Ana Moraes de Oliveira Rosa)
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