sábado, 1 de junho de 2019

Funcionários de hospital pedem desligamento após morte de jovem depois de parto normal

Segundo boletim de ocorrência, família alega que Ana Paula Saqui de Paula, grávida de 9 meses, queria cesariana, mas não havia anestesista no hospital de Boituva. Sindicância está sob sigilo.

Por G1 Itapetininga e Região, com edição do DT

Jovem morreu após o parto normal em hospital de Boituva (SP) — Foto: Igor Aparecido Pereira/Arquivo Pessoal

01/06/2019 | Funcionários do hospital São Luiz que prestaram atendimento à jovem Ana Paula Saqui de Paula, que morreu depois do parto normal em Boituva (SP), pediram o desligamento da unidade após o ocorrido, segundo a Secretaria de Saúde da cidade.

De acordo com o secretário Elcio Ferreira Sena, os funcionários não fazem mais parte do quadro de profissionais da unidade. O hospital abriu sindicância interna e a conduta dos médicos será apurada pelo Conselho Regional de Medicina.

“Vamos continuar acompanhando o desdobramento da história e também o atendimento das gestantes do município. Temos ciência de que os profissionais que estavam no atendimento da gestante já não trabalham mais na instituição. Após o fato, os profissionais solicitaram o desligamento do Hospital São Luiz”, afirmou.

Hospital diz que CRM vai apurar conduta em parto de gestante morta após procedimento

De acordo com o hospital, a sindicância interna foi concluída. No entanto, o processo corre em segredo de Justiça. O hospital afirmou também que está prestando apoio e assistência à família da jovem e que está passando por uma restruturação dos prestadores de serviços médicos.

Seis vereadores de Boituva criaram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para também apurar a morte da estudante e o caso está em fase de investigação.

Paciente fez o parto no Hospital São Luiz em Boituva (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM

Morte

A morte da jovem foi parar na delegacia e a família registrou um boletim de ocorrência contra o hospital. Uma foto enviada ao G1 pelo marido de Ana Paula, Igor Aparecido Pereira, mostra imagem que ele tem dos três juntos.

De acordo com o registro, Ana Paula, grávida de nove meses, deu entrada na unidade, em Boituva, na noite do dia 25 de abril. A médica que a atendeu prescreveu que a jovem tomasse um soro com um medicamento e sugeriu que ela esperasse pelo trabalho de parto no hospital ou em casa.

A jovem e o companheiro dela optaram, conforme o registro policial, por voltar para a casa. Contudo, na madrugada do dia 26 de abril, eles retornaram à unidade.

A família afirmou também para a polícia que a gestante recebeu atendimento da equipe de enfermagem e às 12h a médica verificou que a dilatação da jovem estava apta para o parto.

Eles relataram que a paciente pediu que fosse feita cesariana e a médica perguntou pelo anestesista. Ainda segundo o B.O., o profissional teria informado que conseguiria chegar ao hospital apenas por volta das 16h.

A médica voltou a tentar o parto normal com o uso do fórceps. Após o parto, Ana Paula foi encaminhada ao quarto do hospital, mas ela começou a ter hemorragia.

Devido à gravidade do caso, a paciente chegou a ser encaminhada a um hospital de Sorocaba (SP), mas não resistiu e morreu antes de chegar na unidade na manhã do dia 27 de abril. O caso foi registrado na Polícia Civil de Boituva e está sendo investigado.

Já a bebê, Estella, recebeu alta hospitalar no dia 30 de abril e recebe os cuidados do pai Igor Aparecido Pereira e dos avós.

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