quinta-feira, 2 de maio de 2019

Laudo aponta que mulher morta por agente penitenciário em Itapetininga levou tiro na nuca

Caso ocorreu em Itapetininga. Em áudio, agente afirmou para família que tiro que matou namorada foi acidental; homem se matou.

Por Heloísa Casonato*, G1 Itapetininga e Região, com edição do DT

Agente penitenciário matou namorada e depois cometeu suicídio em Itapetininga — Foto: Divulgação

02/05/2019 | O laudo do Instituto de Criminalística concluiu que Iara Coelho da Silva, de 30 anos, foi assassinada pelo namorado com um tiro na nuca, segundo a Polícia Civil. Francisco Moacir Nunes Junior, de 37 anos, era agente penitenciário e cometeu suicídio após o crime, em Itapetininga.

Ao G1, a delegada Leila Marley Souza Tardelli afirmou nesta quinta-feira (2) que a vítima morreu na hora. “O inquérito foi concluído e já encaminhado ao Ministério Público. Ela foi morta com um disparo e veio a óbito quase que instantaneamente”, diz.

Ainda segundo a delegada, durante as investigações testemunhas apresentaram os celulares com conversas da vítima. “Falaram que antes do crime ela [a vítima] havia arrumado as coisas para ir para a casa da mãe na sexta-feira e que ela foi de Uber. Por volta das 15h do sábado, eles [o casal] saíram para conversar e foram para um bar próximo, tomaram três garrafas de cerveja e saíram do bar umas 19h. Depois aconteceu o fato”, afirma.

A polícia ainda investiga se o crime ocorreu em São Paulo ou Itapetininga e aguarda laudos do Instituto de Criminalística.

Caso

O agente penitenciário e a namorada Iara Coelho da Silva estavam juntos há um ano e moravam em Sorocaba. Eles foram achados mortos dentro de um carro na noite do dia 23 de fevereiro, em Itapetininga. Francisco trabalhava em Mairinque (SP).

O G1 teve acesso a um áudio que enviou para a irmã dele. Ele disse que o disparo contra a companheira foi acidental. O material foi encaminhado para a DDM.

No áudio, o agente penitenciário diz que discutiu com Iara porque ela achou mensagens dele trocadas com uma garota de programa. "Ela pegou um vídeo meu. Um vídeo não, uma foto. Eu entrei em um site, porque mandaram um link, e comecei a conversar com uma garota de programa. Por causa da foto fez um inferno. Me mandou embora, me expulsou de casa, jogou coisas na rua, estou desesperado. Chamou a polícia, uma vergonha. Voltou para são Paulo e estávamos conversando. Ela falou que eu ia dormir na rua. Além de ficar na rua, ia me trair dentro da casa", diz.

Em áudio, agente penitenciário avisa família que tiro que matou namorada foi acidental. Na sequência, ele fala sobre o disparo durante a briga. "Eu saquei a arma, ela pegou junto e acabou acontecendo um disparo acidental. Meu, foi um acidente."

Em entrevista ao G1, a irmã de Francisco afirmou que o áudio foi enviado minutos antes dele se matar. No dia anterior, ele já havia mandado mensagens pedindo ajuda porque tinha sido expulso de casa pela companheira, que era de São Bernardo do Campo.

"Ele me procurou falando que os dois tinham brigado e que a Iara proibiu a entrada porque o apartamento estava no nome dela, e tinha pegado o carro e ido para São Paulo. Ele pagava tudo para ela. Ele não sabia o que fazer. Ele não quis fazer isso. Tanto que na sexta ele estava desesperado pedindo ajuda. Foi então que resolveu alugar um carro e ir atrás dela", conta a irmã Kerolayne Oliveira Nunes.

Ainda segundo a irmã, antes de cometer suicídio, o irmão apareceu na casa da mãe, falou que amava muito a família e pediu desculpas.

Agente mandou mensagens para irmã pedindo ajuda — Foto: Arquivo Pessoal

*Com informações de Paola Patriarca

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