Camarero resolveu se aventurar pela capital do choro, Rio de Janeiro. Foi aceito instantaneamente pelos craques locais. Gravou em duo com João Lyra, excursionou para fora do país
Por Luis Nassif no Jornal GGN
05/04/2019 | Quem me chamou pela primeira vez a atenção para João Camarero foi Paulinho da Viola. Paulista de Avaré, filho do Conservatório de Tatuí, antes de ser engolfado pela burocratização, Camarero resolveu se aventurar pela capital do choro, Rio de Janeiro. Foi aceito instantaneamente pelos craques locais. Gravou em duo com João Lyra, excursionou para fora do país.
E, agora, lança ˆVento Brando”, um CD fantástico, dentro da melhor tradição do violão brasileiro, sem o virtuosismo alucinado dos jovens violonistas que acham que técnica é apenas uma questão de rapidez.
A música título do CD é uma parceria de Camarero e Cristóvão Bastos – e a parceria com o maior melodista brasileiro da atualidade é um sinal de onde Camarero chegou. O CD passa pelos maiores, por Radamés Gnatalli ( “Tocata em ritmo de samba” e ” Choro”); Agustin Barrions, com a belíssima ” Valsa no. 3″; “Inspiração” e “Enigma”, de Garoto; o inesquecível Canhoto da Paraíba, com “Quadradinho”. E três composições do próprio Camarero.
Em todas elas, a interpretação sensível, chorada, de uma escola de interpretação que vem de Baden Powell, passa por Marco Pereira e chega até ele.
Nos últimos tempos voltaram a ser lançados CDs solo de violão, dentro da tradição de interpretação brasileira de Garoto e Baden, dentre os quais um da estrela maior, Yamandu Costa, fugindo dos arroubos.
O de Camarero ocupa um lugar especial nesse universo do violão brasileiro contemporâneo.
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