O cântico das tulipas
Nos campos esverdeados
Urgem as matizes do arco-íris
O céu silencioso e deslumbrado
Aguarda com sua azulada íris
O florescer das tulipas, uma festa
Tons e gradações sem medo
Como quadro de confusa fresta
Iluminada pelos, do Sol nascente, dedos
Quando sai o Sol em sua nudez
Na vergonha rubra e alaranjada
Cegam, as cores das pétalas, por sua vez
Abertas, desleixadas e sextavadas
Cantam as tulipas, sem nem ter vozes
Em cores, partituras exalam maestria
Os ávidos olhos escutam ferozes
Acalmam-se com a muda cantoria
Vermelhas, laranjas, azuis,
Violetas, as notas em cores
Em seu inaudível dialeto seduz
Enche-nos de perplexos amores
A calmaria do Sol longínquo poente
Repousa contra a sua vontade
Desesperado, desce o ocidente
Das mudas tulipas, com eterna saudade
A.M.O.R.
(Ana Moraes de Oliveira Rosa)
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