sábado, 26 de janeiro de 2019

Instalação que evoca a saga do negro no Brasil estará em exposição no Museu a partir do dia 29

Instalação “Éramos Cinco Milhões”, de Danilo Roberto, foi contemplada pelo Edital ProAC Artes Visuais.  Projeto também prevê duas ações poéticas.


O Museu Paulo Setúbal realizará na próxima terça-feira (29/01), às 19h, a abertura da instalação artística “Éramos Cinco Milhões”, de Danilo Roberto, contemplada pelo Edital ProAC Artes Visuais 16/2018 – Obras e Exposições. Essa será a primeira exposição de 2019 no Museu.

A instalação consiste em 500 balões sobrepostos de diferentes tamanhos nas cores marrom e preto, ligados por barbantes e amarrados a uma corrente de metal. Ela ficará no espaço até o dia 28 de fevereiro e explicita todo o processo de deterioração dos balões. Na parede estará pichado o título da exposição "Éramos Cinco Milhões", que ficará cada vez mais visível à medida que os balões forem se esvaziando.

A obra pretende dialogar sobre o violento processo de tráfico de pessoas negras de diversas regiões da África, sua consequente desterritorialização e as reverberações individuais e sociais desse processo. Ela traz uma provocação visual e questionamentos acerca da questão racial no País.

O projeto também prevê duas ações poéticas, ambas para maiores de 16 anos de idade, sendo uma no dia da inauguração e outra no dia 18 de fevereiro.

A primeira ação, Cartas para Ninguém, ocorrerá no dia 29/01, às 14h, e consistirá em um convite para a escrita de cartas que deverão ser amarradas em balões carregados com gás hélio e que, em um movimento coletivo, serão soltos no espaço público. Essa ação é aberta para maiores de 16 anos de idade e limitada a 30 pessoas. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail casadecronistas@gmail.com.

A segunda ação, Recomeçar, será no dia 18/02, às 14h, e consistirá em debater o tema e complementar com tinta a pichação na parede do espaço expositivo, a partir da pergunta: o que somos hoje além dos cinco milhões que éramos? A frase "Éramos Cinco Milhões" alude à quantidade de negros estimada que veio escravizada para o Brasil, desde o descobrimento até a abolição, e a instalação que se propôs a discutir esse processo ao longo do mês de fevereiro já vai estar deteriorada e poderá ser destruída pelos participantes, em uma modificação da obra.

A visitação será gratuita entre os dias 29/01 e 28/02, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h, no Museu Histórico Paulo Setúbal, situado dentro da Praça Manoel Guedes. Mais informações e agendamentos pelo telefone (15) 3251-4969.

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