sábado, 22 de dezembro de 2018

poesia | Phelefal

Roma no avesso


Rômulo e Remo, gêmeos abandonados
Inveterado crime fraterno
Transmutou-se em um reino alado
A essência europeia no verão e inverno


Deleitou-se pelo Helenismo
Entrementes, esqueceu-se do Ostracismo


Consumou o mediterrâneo
Átrio cálido aquático
Sorveu povos conterrâneos
Sem piedade e com estratagema enigmático
Instaurando cautelosamente no ato
A Pax romana, como o único trato


Coliseu, obeliscos, aquedutos
Inertes e perdidos em sangue
Panteão, onde moram deuses astutos
Riqueza do material, mas o espírito não tange
Insensível e hecatombático pensamento
Arcos não perdoariam o peso
Ninguém, somente o grandioso Cristo,
O Redentor, poderia suportar isto.


Roma, pois, é no avesso
Amor, escondido no inverso
No velho adágio travesso,
Guarda o segredo do Universo
Enfático e famigerado “todos os caminhos
Levam a Roma” resiste em pergaminhos.

Phelefal

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