As gavetas
Abrem-se as gavetas
As gavetas fecham-se
Guarda-se tudo no nada
Perde-se nada no tudo
Onde mora o que sinto
Foge como lebre em estância
Se perguntam, logo minto
Viro alma com impedância
Escondo dos olhos alheios
Qualquer coisa de sentir
Os sentidos não permeio
Coloco-os para dormir
Lágrimas secas minhas
Que escorrem, ninguém vê
Sabores, um dia tinha
De sentir algo por você
Hoje, muralha de pedra
Rígida, frígida e inflexível
Sem violar as minhas regras
Me tornei deveras insensível
Dobro meus sentimentos
Guardo-os em gavetas
O mofo consome em pensamentos
A minha paixão perneta
A.M.O.R.
(Ana Moraes de Oliveira Rosa)
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