Julia Santos, de 20 anos, foi uma das 1,5 mil pessoas que se cadastraram em Tatuí para salvar a vida de Júlia Abrame, diagnosticada com leucemia.
Por Paola Patriarca, G1 e Beatriz Buosi, TV TEM, com edição do DT
Doadora Julia Maria Siqueira Santos achou paciente com medula compatível — Foto: TV TEM/Reprodução |
30/10/2018 | Há um ano a jovem Julia Maria Siqueira Santos, de 20 anos, era uma das mais de 1,5 mil pessoas que formaram uma fila para se cadastrar como doador de medula óssea e ajudar a pequena Júlia Abrame de Oliveira, de apenas 7 anos, diagnosticada com leucemia.
A Júlia não encontrou um doador 100% compatível, mas em fevereiro deste ano passou pelo transplante e recebeu a medula do pai dela, que tinha o órgão com 50% de compatibilidade. O procedimento “foi um sucesso” e a medula nova “pegou” no corpo da Júlia.
Porém, a iniciativa da jovem em fazer parte do mutirão no Centro Médico de Especialidades Médicas (Cemem) não foi em vão. Neste mês, ela recebeu a notícia do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) de que a medula óssea dela é compatível com um paciente que está na fila, o que a deixou com o sentimento de missão cumprida.
"Foi uma campanha de muito sucesso e foi uma fila enorme. Fiquei comovida com a história da Julinha. Fiz uma coleta de sangue e, por mais que a gente tenha medo, pensei que mesmo se vai doer ou não, estava ajudando alguém", diz.
Fila gigante para doação de medula óssea em Tatuí — Foto: Arquivo Pessoal |
1 em cada 100 mil
Julia contribuiu para entrar em uma estatística rara de encontrar um doador de medula óssea compatível 100%: 1 em 100 mil. Por isso, para ela é algo inacreditável.
"Eles entraram em contato há um mês para confirmar os dados do cadastro apenas. Semanas após, entraram em contato de novo, falando de uma possível compatibilidade. Eu fiquei muito feliz. Já está programada a data da doação, tudo certinho", diz.
O Redome informa que atualmente são quase cinco milhões de pessoas cadastradas. Em média, 850 pacientes ainda estão na fila à espera de um doador.
Jovem decide doar medula óssea após se comover com campanha em Tatuí — Foto: Reprodução/TV TEM |
A jovem diz não conhecer quem vai receber o transplante, pois o nome e a idade do paciente são mantidos em sigilo. Mas para ela, isso é o que menos importa.
Depois da descoberta, os dias da doadora estão sendo à base de muita pesquisa. Ela afirma que já sabe tudo sobre o procedimento, que deve ocorrer até o final do ano. O pai dela, Gerson Siqueira Santos, afirma que ficou muito feliz com a notícia.
"Por meio da minha família, que deu certo, mais pessoas estarão incentivadas a fazer a coleta, participar, saber que podem estar ajudando alguém", afirma.
"Jamais imaginei que iria conseguir uma compatibilidade, muito menos que fosse tão rápido, dentro de menos de um ano. Então, se não tem problemas de saúde e pode se cadastrar, acho importante cadastrar. Você faz sua parte já se cadastrando. Não sabe se vai precisar ou não, mas sua parte você fez ali", diz Julia.
Para a mãe da pequena Júlia, Adriana Cristina Delalori Abrame de Oliveira, a notícia de que um paciente foi beneficiado com a doadora que tentou ajudar Julinha foi motivo de alegria.
"Ficamos extremamente felizes. Desde o começo da campanha enfatizei que, mesmo não ajudando a Julinha, outra pessoa poderia ser ajudada. E foi o que aconteceu. É gratificante demais saber disso."
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