A figura do pianista de 81 anos e do Baretto, bar do Hotel Fasano, eram indissociáveis
Por Redação GQ, com edição do DT
Os donos do Baretto em 2017: Mário Edson (sentado) comandava a música e Rogério Fasano providenciava o que ele precisasse. (Foto: Robert Astley Sparke)
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18/09/2018 - Quase vinte anos no comando do piano do Baretto, o bar do Hotel Fasano, fizeram com que a figura do pianista tatuiano Mário Edson Farah (1937-2018) e do local se misturassem. Falecido na manhã desta terça-feira (18) aos 81 anos, o músico era a grande atração do espaço e impressionava qualquer um que lá fosse por sua vitalidade.
"De onde você tira essa energia?", perguntou certa vez Chico Buarque a Mário. Brincalhão incorrigível, nem pestanejou: "Do sereno". Cinquenta e quatro anos de experiência (33 deles no Grupo Fasano) lhe deram, além de vigor, fina sensibilidade.
Na descrição de Marina Lima, que se apresentou mais de uma vez no bar, Mário era “um cara que toca muito, bem-humorado, exigente, um grande músico e boa praça”. Além disso, alguém com um arsenal imenso de histórias para contar, acumuladas desde que foi contratado pelo Can-Can, um inferninho da Avenida Nove de Julho, em São Paulo, há mais de meio século.
"Sentiremos muito a falta desse grande amigo", diz o Grupo Fasano em um comunicado. "Sua presença nas noites do Baretto, onde comandava o palco com maestria e alegria, será lembrada com eterna saudade", continua o texto.
Mário foi ouvido pelo pessoal do U2, por John Pizzarelli e por Tim Ries, saxofonista dos Rolling Stones, que, após ter feito show no Baretto, pediu para dar canja, estendida até as 5h da manhã.
"Tudo cabe na noite”, dizia o músico. "Ela tem os seus mistérios".
A Folha de S. Paulo se referiu a ele como "o pianista das mãos de veludo". O corpo foi velado em São Paulo e sepultado nesta quarta-feira, 19, às 10h, em Tatuí.
Jorge Rizek lembra, no Progresso, que Mário participou, nas décadas de 50, 60, de várias bandas de baile de Tatuí, como a Orquestra Trololó, e também teve sua própria banda, chamada “Ritmos de Mário Edison”
Em São Paulo, nos anos 70, fez show no Telecoteco da Paróquia, na rua Santo Antonio, onde tocou com famosos do jazz que visitavam a cidade. Nos anos 80, no L’Onorabile Societa, de Ricardo Amaral.
Nas ultimas décadas, foi diretor artístico e mantinha um grupo musical no Baretto, Bar do Fasano. Descobrindo muitos talentos, uma delas Ana Cañas, que fez show com ele em Tatuí, no Trololó.
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