Raquel juntou os sons das notas aos sons das janelas posicionadas sobre o chão/ Foto – Gabriela Prado |
18 de julho de 2018 O último sábado (14) foi marcado pela inauguração oficial do Ateliê Raquel Fayard, nas dependências da Fábrica São Pedro, em Itu – local em que se encontra a Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), da Fundação Marcos Amaro (FMA). O evento contou com coquetel e performance cultural pela própria artista plástica.
Raquel, também diretora geral e produtora executiva da FAMA, contou ao Periscópio sobre o início do ateliê, que está na FAMA desde abril. “Eu faço a direção da FAMA e tenho o trabalho de gestão e artista. E pra ficar perto um do outro, aluguei a sala e chegou o convite da Secretaria de Cultura para abrir o ateliê oficialmente”, relata a artista, formada em artes plásticas pela ASSETA-Tatuí. “Eu queria fazer um encontro especial”.
No sábado, uma parte do chão do ateliê estava coberto por janelas, e Raquel explicou o por quê. “A primeira vez que cheguei, elas [janelas] estavam numa sala, guardadas, e eu as comprei e fiz a instalação. Deslocando a janela que ficaria numa parede, coloquei elas no chão, que traz a impossibilidade de uma janela de mostrar algo. O mundo de hoje tem tantas possibilidades, tantas janelas, até na tela do computador, e ficamos sem visão de tudo isso”, discorre, completando que o ruído todo das janelas deu a ela a inspiração para a performance sonora, na qual Raquel tocou piano junto aos sons de janelas batendo e de vento.
Raquel morou em Tatuí por 21 anos e um tempo em Salto, enquanto coordenava o Museu de Salto, mas o deixou para focar na Fundação. “Tanto Salto quanto Itu e Tatuí são cidades de movimentos culturais muito fortes, e minha vida é ligada a arte desde pequena. Itu está me colocando nessa possibilidade, de unir minhas expressões todas, a pintura, a música e mais pra frente a dança. O espaço me possibilitou isso e também a trazer pessoas para performarem juntas. Gosto dos encontros. Acho que isso fomenta a produção de arte e um desdobramento bem grande para quem está produzindo”, comenta a artista.
“A vida inteira sempre tive ateliê e trabalhei muito com outras pessoas, e chegou um momento em que precisei abrir tudo o que eu estava fazendo”, conta Raquel sobre o espaço que utiliza para criação, já que ela fica na área de gestão da Fundação durante o dia e utiliza o espaço de seu ateliê no período noturno.
No ateliê, é possível conferir exposições artísticas e pinturas de Raquel, além de elementos da exposição Campoamor, na qual a artista utilizou guardanapos de papel com borras de café para criar composições. Raquel também contou que colecionadores e outros artistas já estiveram em seu ateliê e confirmaram observar a conexão de todos os seus trabalhos. “É muito legal poder olhar tudo isso. Eu faço arte porque amo, e encontrar outra pessoa que consegue entender tudo isso é enriquecedor”, finaliza. (Gabriela Prado)
Do Periscópio com edição do DT
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