DIEGO BERCITO
05/04/2018 - MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Na etiqueta que pende das roupas da elite local em países como os Emirados Árabes e a Arábia Saudita, brilha o nome de um brasileiro: o arquiteto tatuiano Vicenzo Visciglia, sócio-fundador da marca AAVVA. Com a empresa, fundada em 2011 em Dubai, ele tem se consagrado como um dos nomes da moda na região do Golfo - em que antes havia se destacado por customizar uma tinta de parede com cristais Swarovski.
As peças estão disponíveis em redes da região, mas chegam também a lojas de departamento globais como a francesa Galeria La Fayette e a britânica House of Fraser. A coleção de 2018, inspirada na canção La Vie en Rose, mistura a imagem da flor de hibisco ao estilo pop art.
A edição árabe da revista Vogue recentemente deu destaque a outra das coleções da AAVVA, baseada na artista mexicana Frida Kahlo. Com 14 peças utilizando um rol de materiais vindos do país-natal de Visciglia, o Brasil, a coleção reimagina Kahlo com retalhos feitos a mão e costurados aos vestidos, calças, saias, registra a publicação de moda. Em 2017, o destaque foram as peças adaptadas ao mês do ramadã, sagrado aos muçulmanos, com cores e formas mais neutras.
Em uma entrevista ao jornal local Khaleej Times, o tatuiano disse:
Somos influenciados pela arquitetura no Líbano, por cidades como Beirute e Sidon, construídas em estilo italiano. Nós nos inspiramos também pela culinária libanesa. Recentemente, utilizamos nomes de pratos famosos de maneira chic na nossa linha urbana. O Brasil também é fonte de inspiração. Dos tecidos à beleza cênica do país, há tanta riqueza histórica.
A AAVVA foi fundada por Visciglia - nascido e criado em Tatuí- em parceria com Ahmad Ammar com a proposta de misturar design e arquitetura. Desde a fundação, a marca convenceu mulheres na região, com peças luxuosas vestidas pela cantora iemenita Balqees Fathi e pela jornalista iraquiana Souhair al-Qaisi.
Segundo uma reportagem publicada em 2014 pela Folha de S.Paulo, algumas das peças de Visciglia são construídas com seda ou musselina com brocados e cristais. Às vezes, com fio de ouro. Nossa roupa é cara, disse o arquiteto ao repórter Chico Felitti - alguns milhares de dólares pelas prendas mais básicas. Já o verniz de parede customizado com cristais custava àquela época quase R$ 3.000 o metro quadrado.
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