sexta-feira, 16 de março de 2018

Rota do Samba passará por Tatuí

Primeira parada é em São Paulo nesta sexta-feira; circulação vai até 8 de julho


Vanessa Palmieri/Divulgação
Espetáculo é um cortejo que homenageia o samba paulista, seus compositores e intérpretes


DIÁRIO DA REGIÃO - Em Virado à Paulista, a Cia. Cênica, de Rio Preto, homenageia o samba paulista, seus compositores e intérpretes em um cortejo que envolve o público e o leva para uma viagem pela história. Agora, o grupo embarca em uma viagem que busca refazer os caminhos do gênero em solo paulista, ao visitar 12 cidades do Estado de São Paulo em uma circulação contemplada pelo edital de Circulação de Artes Cênicas para Rua do ProAC (Programa de Ação Cultural), da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo.

Desta sexta-feira, 16, até o dia 8 de julho, a Cia. Cênica passará por quatro regiões do Estado dentro de uma circulação que foi pensada não só para levar a obra para outros públicos, mas também para servir como uma oportunidade de aprendizado, conta Fagner Rodrigues, diretor da companhia e do espetáculo.

"Sempre procuramos, nos nossos projetos de circulação, não fazer uma viagem sem propósito, ir até uma cidade por ir. No último passamos por pontos de cultura e nesse olhamos para o próprio fazer do espetáculo, que teve em Pirapora do Bom Jesus o ponto de partida da nossa pesquisa. Como a história do samba estava enraizada ali. Estamos meio que fazendo o caminho inverso. Escolhemos quatro regiões, serão quatro viagens, e em cada viagem dessas passamos por três cidades."

A primeira apresentação será nesta sexta, 16, às 20h, no Instituto Cultural Samba Autêntico, em São Paulo. No mesmo fim de semana, o grupo apresenta o espetáculo em Santana de Parnaíba (dia 17, sábado) e Pirapora do Bom Jesus (dia 18, domingo). A circulação segue depois para Rio Claro, Piracicaba, Itapira, Quadra, Tatuí, Capivari, São Luiz do Paraitinga, Itu e São Sebastião. Após cada apresentação, haverá bate-papo com o público sobre o espetáculo e o tema abordado.

"A ideia é refazer os caminhos do samba, como ele se espalha por essas quatro regiões e traçar um paralelo após o espetáculo, com um bate-papo com o público, para abordar qual a realidade cultural do samba naquela comunidade hoje em dia, como ele se modificou através do tempo e como ele resiste", explica Fagner.

Para facilitar essa aproximação, a Cia. Cênica articula com grupos locais para estabelecer uma parceria. Em São Paulo, a parceria é com o Instituto Cultural Samba Autêntico. Em Santana de Parnaíba, com o Grupo 13 de Maio de Samba do Cururuquara e com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Já em Pirapora do Bom Jesus, com o Samba de Roda de Pirapora e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Adaptação / Por ser um cortejo, Virado à Paulista já é, naturalmente, um espetáculo que precisa se adaptar constantemente ao seu entorno. Ele trabalha com o deslocamento urbano, por isso, cada lugar, com sua arquitetura, já modifica a obra. Mas a circulação por cidades que fazem parte da história do samba deve ter um efeito modificador ainda mais forte, afirma Fagner.

"Como estaremos em locais muito próximos ao que estamos falando, culturalmente, estaremos abertos às influências durante o próprio espetáculo. Convidamos o público para cantar com a gente, para tocar com a gente. Então, acreditamos, sim, que o espetáculo vai passar por essa transformação. E vamos aproveitar cada instante para aprender."

Balanço / Ao término da circulação, a Cia. Cênica realizará aqui em Rio Preto o Samba da Partilha, encontro em que compartilhará com artistas, produtores e interessados suas experiências e reflexões sobre a circulação realizada. "Queremos trazer para Rio Preto e para a nossa comunidade as experiências adquiridas nessa circulação", afirma Fagner.

O projeto poderá ser acompanhado pelo site www.ciacenica.com.br. Todas as atividades terão acesso gratuito. O Samba da Partilha deve ser realizado no fim de julho, mas ainda não há uma data determinada.

O espetáculo / Virado à Paulista estreou em 2015, participou do Circuito Sesc de Artes em 2016 e circulou por Rio Preto em 2017 com o apoio do Prêmio Nelson Seixas, da Secretaria Municipal de Cultura.

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