Dois técnicos da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) estiveram nesta quarta-feira (2) na usina hidrelétrica Santa Adélia, em Tatuí, para uma vistoria no local. A fiscalização aconteceu após os moradores reclamarem que os alagamentos em bairros próximos acontecem porque não há funcionários que controlem a abertura e o fechamento das comportas.
A vistoria durou quatro horas e foi acompanhada pelos moradores, gerente e funcionários da usina. Os técnicos visitaram a hidrelétrica e depois seguiram pelo rio Sorocaba até o bairro Cachoeirinha, que já pertence a Boituva, onde ocorrem os alagamentos. O laudo deve ser apresentado em uma reunião nesta quinta-feira (3).
O coordenador da Defesa Civil Ivanilson Ferreira Barbosa disse que, na época, entrou em contato com o gerente da usina. Por mensagem, ele confirmou o motivo e que não tinha funcionário trabalhando à noite quando a energia caiu.
Essa é a segunda vez que a Arsesp vistoria o local por causa dos alagamentos. A primeira foi em janeiro do ano passado e o resultado não apontou irregularidades. Um laudo revelou que a operação das comportas, em situação de emergência, segue a recomendação da Defesa Civil Estadual.
O documento mostrou ainda que a barragem tem um sistema livre que libera água independentemente do acionamento da operadora e que a usina tem operação assistida por quatro operadores treinados. Dois funcionários, por turno, ficam responsáveis por monitorar a central de operação. Mas não é isso que quem mora no bairro diz que acontece.
O laudo diz ainda que as casas do bairro Cachoeirinha foram construídas de forma irregular e em áreas de preservação permanente. Mas os moradores rebatem dizendo que os terrenos foram comprados há mais de 20 anos.
Na época, segundo os moradores, nenhuma determinação impediu a ocupação da área. Setenta casas de veraneio atualmente estão construídas no bairro e dez famílias moram no local.
O funcionário público Teotônio de Campos diz que fica sem saber o que fazer. “Todos têm esse mesmo documento em que consta que a área foi adquirida e não havia esse problema”, diz.
Um processo pra retirada dos moradores do local está em andamento em segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Do Extra Jurídico, revisado e editado pelo DT. Veja matéria original aqui.
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