Caso é investigado após família descobrir que outra pessoa estava enterrada em sepultura de parente. Prefeitura abriu sindicância.
Polícia abre inquérito para apurar vendas irregulares de jazigos em cemitério municipal
Do G1 - A Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar uma possível comercialização irregular de jazigos no cemitério Cristo Rei, que é administrado pela prefeitura de Tatuí. Uma sindicância também foi aberta pelo Executivo.
O caso está sendo investigado após uma família alegar que percebeu, em junho deste ano, que os restos mortais de um parente, que havia sido enterrado há menos de dois anos, foram retirados do túmulo e outra pessoa havia sido enterrada no lugar.
Família diz que restos mortais de parente enterrado em Cemitério Cristo Rei, em Tatuí, sumiram (Foto: Reprodução/TV TEM)
Na época, a auxiliar de serviços gerais Vera Lúcia Santos Rodrigues contou que foi a primeira a ver que tinha algo errado no túmulo do pai após uma visita. Ela diz que percebeu que havia marcas de cimento fresco e falta de tinta e que, no escritório, descobriu que outra pessoa havia sido enterrada.
Segundo Vera, após dois meses, a prefeitura ainda não deu uma resposta sobre o que possa ter acontecido nem a certeza de quem estava enterrado no túmulo. Por isso, uma advogada foi contratada pelos parentes para entrar com uma ação contra o Executivo.
“Nessa ação foi pedido dano material, que foram os estragos no túmulo, e dano moral pelo descaso que a família foi tratada e falta de informações”, diz a advogada Laís de Arruda Ferraz.
Auxiliar de serviços gerais Vera Lúcia Santos Rodrigues foi a primeira a ver que tinha algo errado com o túmulo do seu pai (Foto: Reprodução/TV TEM)
Sindicância
Prefeitura abriu sindicância para apurar vendas de jazigos (Foto: Reprodução/TV TEM)
A prefeitura diz que abriu sindicância para investigar a possível comercialização irregular de jazigos após outras vítimas apresentarem recibos de compra de jazigos que não estão registrados nos livros do cemitério, sendo um deles no valor de R$ 6, 3 mil.
O Executivo afirma ainda que, ao procurar saber de quem era os jazigos vendidos, uma lista de lotes sem registro nenhum foi descoberta. Além disso, várias pastas sumiram da administração do cemitério.
“Até o momento tivemos declarações e depoimentos e possivelmente há dentro do cemitério municipal uma possível venda de jazidos e túmulos por pessoas estranhas à administração”, afirma o secretário de Negócios Jurídicos Renato Pereira de Camargo.
Investigação
Polícia Civil de Tatuí (Foto: Reprodução/TV TEM)
A sindicância está em andamento, mas a prefeitura afirma que alguns documentos já foram encaminhados para a delegacia. Segundo a polícia, quem fez essa venda irregular pode responder por crime patrimonial ou por peculato, se tiver envolvimento de algum servidor público.
A sindicância deve ser encaminhada em 30 dias e os documentos farão parte do inquérito. Além disso, o Executivo ainda está dentro do prazo para apresentar a contestação da ação por danos morais e materiais, movida pela família.
Por enquanto, as famílias podem ter sido vítimas desse golpe. “A gente busca saber, definir o que aconteceu, qual foi o erro e porque não entraram com a gente. Não teve contato nenhum com a família”, diz o promotor de vendas Mauro Rodrigues Pereira.
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