domingo, 9 de julho de 2017

Polo de produção de grama está em crise no sudoeste de São Paulo

O atual quadro econômico afetou as encomendas. As vendas caíram 40%.

G1 - Os produtores de grama de São Paulo enfrentam um momento difícil. A crise econômica está afetando as encomendas. O gerente comercial Carlos Eduardo Marella gerencia uma empresa do ramo da produção de grama em Tatuí há 20 anos.

A variedade Esmeralda é a mais cultivada, mas desde dezembro a área de produção foi reduzida de 620 hectares para 560 hectares. A menor oferta também fez o número de funcionários diminuir em 10% (10 foram dispensados) e parte da frota que fazia o transporte da grama está parada ou foi vendida.


"A gente se viu obrigado a reduzir, fazer um replanejamento da nossa estrutura, com algumas ações internas como custo com funcionário, reduzir funcionários, pra que a gente se mantenha no mercado e a gente consiga manter o produto com a mesma qualidade que a gente vem mantendo aí ao longo dos anos”, explica o gerente comercial.

Em outra propriedade, dos 300 hectares plantados, uma parte nem vai ser colhida. Antes, cinco máquinas iam para o campo. Hoje, três já são suficientes. "A gente só vai colher 200. Mas a gente continuou produzindo e mantendo o estoque. Essa é uma forma de não precisar diminuir o quadro. Até hoje a gente não diminuiu tanto na produção, como no transporte e também no comercial continua o mesmo número de funcionários”, diz o gerente da propriedade Vinícius Rocha.

No ano passado, 12 milhões de metros quadrados saíram só da região. Para este ano, a Associação dos Gramicultores do Brasil estima que esse número caia para aproximadamente sete milhões.

O presidente da Associação dos Produtores da Região de Itapetininga, Emerson Rocha, explica o que causou a queda acentuada nas vendas. “As maiores obras que consomem né. Duplicação de rodovias, melhorias em aeroportos, infraestrutura. E devido à nossa crise econômica, somada mais à crise política, as grandes obras no Brasil, elas pararam né.”

A associação representa 80 produtores que cultivam mais de dois mil hectares de grama. Alguns até tentam manter a média de preço de dois reais pelo metro quadrado de grama, mas está difícil conseguir novas encomendas. “Não tá resolvendo muito até porquê o nosso produto ninguém compra para estocar, porque a grama depois de colhida ela dura no máximo uma semana. Então, ninguém vai comprar grama porque tá barato o preço”, completa o presidente da associação.

A produção total de grama em São Paulo chega a 50 milhões de metros quadrados por ano.

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